Uma estranha calmaria

Mais uma semana passou e a campanha continua morna, sem que se possam ver grandes diferenças entre os dois candidatos à Presidência do Sporting (o terceiro não conta), de tal forma que nesta altura eu só gostava de perceber o que é que levou Couceiro a candidatar-se, uma vez que agora é público que ele foi convidado para fazer parte da lista de Bruno de Carvalho. Afinal o que é que os separa?

No aspecto financeiro os dois candidatos dizem basicamente a mesma coisa: contenção de custos, reestruturação da dívida, gestão corrente imediata garantida pela banca, e ambos andam à procura dos investidores, com a diferença de que o Couceiro admite mais facilmente perder a maioria da SAD, mas ele tal como o Carvalho, garante que tudo o que fizer nessa matéria irá passar por uma AG.

No capítulo do Futebol também dizem os dois a mesma coisa: a aposta na formação, contenção de custos e o apoio pelo menos implícito ao Jesualdo. Devo dizer que aqui os nomes e algumas ideias mal explicadas por Bruno de Carvalho não me entusiasmam nada e acho que ele terá muita dificuldade nesta área quando tiver de se confrontar com o Couceiro, que conhece muito melhor o meio, mas este também ainda não mostrou muito nesta área.

Há uma terceira questão que para mim é fundamental para o futuro do Sporting, que é a questão da pacificação do Clube, que se continuar em guerra continuará a afundar-se. E aqui parece-me evidente que Couceiro nunca terá condições para governar o Sporting, pois será sempre visto como a via profissional da gestão condicionada à banca. Mas também não me agrada uma certa sede de vingança que parece transparecer no discurso de Bruno de Carvalho. É que as posições podem-se inverter, mas se a guerra continuar quem estiver no poder dificilmente terá condições para ter sucesso, principalmente se a bola não entrar na baliza adversária, o que nesta altura não é fácil acontecer.


Aguardo com curiosidade a última semana da campanha e os debates, embora tenha de decidir se voto antes destes, que foram marcados muito em cima da data das eleições, numa clara falta de respeito para os sócios que vão votar por correspondência.

Comentários