A traição dos graúdos.

Depois da vitória em Barcelos Jesualdo Ferreira compreensivelmente optou por manter a aposta nos miúdos, e apenas fez uma alteração para além da troca obrigatória de lateral esquerdo, posição onde jogou Marcos Rojo, uma opção que eu compreendo, pois a alternativa era mudar a defesa toda, no entanto o argentino regressou claramente sem ritmo de jogo e teve muitas dificuldades,não só a defender como principalmente a apoiar o ataque.

A outra alteração foi o regresso de Diego Capel para o seu lugar e a saída de André Carrillo que tinha estado muito apagado em Barcelos, mas esta era uma troca óbvia, pois tinha a vantagem adicional de devolver Labyad ao centro do terreno, para além de se justificar a manutenção da titularidade de Bruma, que continua a mostrar pormenores reveladores de estarmos na presença de um verdadeiro diamante, que voltou a evidenciar o perfume do seu futebol com aquele passe letal para o golo do Sporting.

Zezinho que fora o melhor em campo contra o Gil Vicente, também manteve o seu lugar no meio, mas desta vez esteve muitos furos abaixo do que tinha mostrado em Barcelos, mostrando-se muito complicativo e perdendo algumas bolas de um forma imperdoável, para além de não ter sido capaz de fazer a ligação com os homens da frente.

Mas não foi pelos miúdos que o Sporting perdeu, de resto o melhor em campo voltou a ser um deles, desta vez foi o júnior Eric Dier, que na minha opinião já mostrou qualidade e principalmente carácter para ser uma aposta definitiva no onze titular. Por mim este nunca mais saía da equipa, mesmo que cometa alguns erros, o que de certeza que vai acontecer, mas nesse caso é seguir o exemplo de Paulo Bento com Rui Patrício e ignorar os palermas que vão para o estádio assobiar.

Por falar em Rui Patrício, desta vez foi ele o primeiro a enterrar a equipa, que até tinha entrado bem no jogo, mas que depois do apagão permitiu que o Estoril reequilibrasse as operações até chegar ao empate com um golão de um tal de Jeferson, que provavelmente nunca mais volta a fazer uma coisa daquelas na sua vida.

Na 2ª parte Jesualdo Ferreira apostou em André Carrillo e Diego Rubio para inverter o rumo dos acontecimentos e o peruano conseguiu ganhar um penalti, só que aí Van Wolfswinkel voltou a falhar, seguindo-se o 3-1 que destroçou a equipa leonina que até se arriscou a sair do Estoril com uma derrota ainda mais pesada.

Com este resultado julgo que o objectivo Liga Europa ficou praticamente fora do alcance de uma equipa que não pode viver só da irreverência dos miúdos e muito menos poderá sobreviver aos erros crassos dos graúdos.

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