O mercado de Inverno

Geralmente com  a reabertura do mercado em Janeiro criam-se algumas expectativas no sentido de se retocar a equipa nos sectores onde possa estar mais necessitada disso, mas desta vez para o Sporting o mercado de Inverno serviu essencialmente para reduzir os custos do plantel e facturar algum dinheiro, numa altura em que parece que a SAD não está em condições de garantir o cumprimento dos seus compromissos com os seus profissionais, até ao final da temporada.

Assim foi com naturalidade que Elias apareceu a encabeçar a lista de dispensas, pois era um dos jogadores mais caros do plantel e o Sporting lá conseguiu arranjar no Brasil alguém para pagar este chorudo ordenado a um jogador que nunca justificou tamanho investimento, que de resto não acredito que seja recuperável, pois ninguém vai dar milhões por este craque descoberto pelo Carlos Freitas, depois de ter sido despachado pelo Atlético de Madrid.

Antes já tinha ido na volta o Gelson Fernandes, provavelmente pelas mesmas razões, embora neste caso o investimento se tenha limitado a mais ordenado bem gordo. Em relação a este jogador fiquei com algumas dúvidas, pois acho que teve poucas oportunidades e parece-me ter caracteristicas para ser um elemento útil na posição de trinco, na qual Fabián Rinaudo ainda não me convenceu.

Danijel Pranjic‎ foi outro que tal, este com a agravante de ter sido contratado por 3 épocas quando já tinha 30 anos. O Celta vai pagar-lhe ordenado até ao final desta época, o pior vai ser encontrar quem faça o mesmo nos outros dois anos.

Daniel Carriço e Pereirinha são dois jogadores da casa que não tiveram a evolução esperada, principalmente o central sobre o qual recaíram muitas expectativas, mas a verdade é que nos últimos tempos foi só andar para trás. Parece que não terá sido possível chegar a acordo com estes jogadores para renovar os respectivos contratos e se calhar também não havia muito interesse de parte a parte. Carriço sempre deixou uns trocos, mas foi-se enfiar numa equipinha onde não será fácil relançar a sua carreira, já Pereirinha teve mais sorte, se calhar porque foi a custo zero.

A venda de Insúa reflecte a aflição desta Direcção, que assim facturou um dinheirinho que tanta falta faz, mas a verdade é que se perdeu um dos poucos jogadores em que o Freitas acertou. O pior é que pelo que já li ele não vai ter vida fácil no Atlético de Madrid, e assim não me admira nada que mais mês menos mês esteja de volta a Portugal para nosso desgosto.

Muito falada foi a troca de Izmailov por Miguel Lopes, se fosse ao contrário imagino o que se tinha dito, mas eu realmente não percebi esta do Pinto da Costa, tal como não entendi muito bem a contratação do Liedson. Para já o que vejo é que o Sporting foi buscar um jogador que entrou de caras na sua equipa e ainda pode evoluir, enquanto o Porto ficou com um que está mesmo podre e no máximo vai jogar uns bocadinhos, isto apesar de eu achar que a posição de lateral direito não era a mais carenciada de reforços.

Há ainda o Ventura que deve ter entrado nestas contas porque o Frank Vercauteren gostava de convocar três guarda redes e assim puxou o Vítor Golas para a equipa principal deixando a B desfalcada, mas este jovem guardião não vai passar da posição de 3º guarda-redes e provavelmente no final da época será devolvido à precedência, restando saber se conseguem arranjar alguém de jeito para ocupar o seu lugar neste negócio.

Para o lugar do Insúa veio o Joãozinho, um jogador em quem eu nunca tinha reparado. A estreia não foi má, veremos se será uma boa opção.

Em cima do encerramento do mercado chegou o desejado avançado, e depois de falhada a contratação do brasileiro Paulo Henrique, lembraram-se do Niculae, só que não podia jogar e assim o Valentín Viola que parece que também já estava pronto para ser repatriado, e sem deixar saudades, vai ter de ficar. Enfim é o que faz deixar tudo para a última da hora, onde ainda se tentou outra vez o Kleber, mas novamente sem sucesso.

Por resolver continuam as questões do patrão da defesa e do numero 10, sendo que a primeira foi agravada pelas lesões da dupla eleita por Jesualdo Ferreira, que agora com a saída de Daniel Carriço fica reduzido ao pior central do plantel e aos miúdos da Equipa B. Quanto ao médio ofensivo, Labyad já deu um ar da sua graça, pelo que se calhar o reforço desta posição foi riscado da lista das prioridades e como não há dinheiro, é preciso é ter fé, mas a verdade é que para a três posições que Godinho Lopes disse estarem claramente identificadas como as que precisavam de ser reforçadas, não veio nenhum jogador.

Felizmente que o mercado fechou e valeu que não apareceu ninguém com dinheiro que se visse, caso contrário não tenho dúvidas nenhumas que os jogadores mais valiosos como Rui Patrício ou Van Wolfswinkel também tinham embarcado e para o seu lugar tinham vindo outros "inhos", só é pena não ser possível vender o "inho" que teima em não se demitir.

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