Aguenta Sporting!

2012 foi um dos anos mais negros da rica história do Sporting Clube de Portugal, ficando não apenas marcado pelos miseráveis resultados da equipa de futebol, que a colocam ao virar do ano, num impensável 10º lugar no campeonato e já eliminada de todas as outras competições, como também por uma insustentavel instabilidade directiva, que deixou o Presidente Godinho Lopes praticamente sozinho no meio de uma chuva de criticas, que vem de todos os lados e que ele teima em ignorar.

Eduardo Barroso o Presidente da Mesa da Assembleia Geral já andava há várias semanas a ameaçar pôr a boca no trombone e ao fechar do ano resolveu dar uma entrevista, onde defendeu a necessidade de ser dada voz aos sócios, embora não se perceba muito bem como é que ele pretende fazer a coisa, numa altura em que está em curso a recolha de assinaturas para a realização de uma Assembleia Geral com o intuito de destituir a Direcção.

Mas o mais grave das declarações de Barroso e que por incrível que pareça passou quase despercebido, foram as referências à forma como decorreram  eleições mais disputadas da história do Clube, que se realizaram em Março de 2011, onde houve claros indícios de um arranjinho, que agora Eduardo Barroso parece querer confirmar, afirmando: "Embora eu deva dizer aqui que houve irregularidades inacreditáveis nessas eleições. E não estou a acusar o presidente do Sporting."

Ora perante isto resta saber se as irregularidades a que se refere Eduardo Barroso, são apenas aquelas que toda a gente se apercebeu terem existido, ou se ele sabe mais alguma coisa, como se depreende do facto de logo a seguir ter insinuado que o autor das mesmas foi o Cristóvão. Mas isso parece que ninguém lhe perguntou, como também não lhe perguntaram porque é que só agora veio falar disto, o que também não deixa de ser estranho.

Como estranho foi o silêncio que se seguiu a tão graves acusações, ás quais apenas respondeu o principal visado, que conseguiu espaço num jornal dito de referência, para tentar justificar o injustificável e chamar uns nomes ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, dando mais um triste espectáculo daquilo em que se transformou o Clube, ao permitir que figuras como esta assumissem responsabilidades directivas.

É neste clima que o Sporting vive, numa agonia que parece não ter fim, restando saber se a tal Assembleia Geral vai mesmo avançar, e quanto tempo mais irá resistir Godinho Lopes, que no meio de tudo isto se aventura em mais uma reestruturação da SAD, agora assessorado por um Jesualdo Ferreira, que foi transformado numa espécie de senador do futebol português, vá-se lá saber porquê.

Como é fácil de perceber, tudo isto assenta em bases tão frágeis, que bastará uma pequena ventania para que todo o edifício caia com estrondo, mas mesmo assim Godinho Lopes continua agarrado ao poder, enquanto aqueles que o suportam devem estar aflitos para encontrarem alguém que esteja disposto a sujeitar-se a receber tamanha herança.

O desfecho desta triste história, tal como o desfecho desta época futebolistica, é assustadoramente imprevisivel para o Sporting, porque não se vislumbram soluções para inverter a situação, no entanto uma coisa é certa, quanto mais tempo andarmos neste clima de indefinição, mais difícil será sairmos dele.

Para já vamos ter um mês onde se esperam alguns retoques no plantel que irão aliviar a folha salarial da SAD, mas dificilmente trarão os reforços necessários a esta equipa construída pelo guru do mercado, podendo antes apenas servir para queimar mais alguns miúdos da Academia.

Depois do fecho do mercado, se a coisa não acalmar até lá, teremos então um vai ou racha, e desta vez talvez rache mesmo. Aguenta Sporting!

Comentários