A sorte também se merece

Depois da prestação positiva da equipa em Olhão, foi com naturalidade que Jesualdo Ferreira resolveu manter o mesmo onze que tinha utilizado na jornada anterior, no entanto e apesar do Sporting até ter entrado a mandar no jogo, tentando reeditar a última exibição, a verdade é que esse domínio apenas se manteve nos primeiros 20/25 minutos.

A partir daí o Beira Mar começou a equilibrar as operações e antes do intervalo conseguiu pela primeira vez criar algum perigo junto da baliza de Rui Patrício, coisa que o Sporting raramente tinha feito no outro lado do campo, mesmo no período inicial da partida, pelo que o nulo ao intervalo era um resultado perfeitamente aceitável.

A 2ª parte começou com alguma confusão de parte a parte e Jesualdo Ferreira resolveu agir de imediato, lançando André Carrillo para o lugar do desinspirado Jeffrén, uma substituição feliz porque foi o peruano que conseguiu inventar o golo que tardava, numa altura em que o jogo parecia encalhado no zero a zero.

A perder Ulisses Morais desmontou a sua estratégia defensiva, dando mais espaços para o Sporting, de tal forma que pensei que o 2-0 seria uma questão de tempo, e de facto só não foi porque Van Wolfswinkel voltou a falhar um penalti, abrindo a porta para uns minutos finais de loucos.

Diga-se que o penalti assinalado pelo apitador de serviço até poderá ser discutível, mas nunca a expulsão de que se queixou o treinador do Beira Mar, que foi apenas mais um a entrar na longa fila dos que já não respeitam o Sporting.

O mesmo se poderá dizer do árbitro, porque aquele penalti marcado a Miguel Lopes só é possível acontecer no Estádio José Alvalade. Valeu então o  Rui Patrício do costume, mas aqueles minutos finais não podem acontecer, até se pode falhar um penalti, ao contrário do que disse o treinador do Sporting no fim do jogo, agora o resto é que não pode acontecer, e só mesmo o São Patrício é que salvou a equipa de mais um tropeção, quando já parecia que a maldição tinha voltado a Alvalade, mas parece que pelo contrário até isso mudou, e finalmente chegou um pouco de sorte, que diga-se que foi merecida.

Diga-se ainda que esta exibição da equipa reforçou o que de melhor e pior se tinha visto em Olhão, ou seja uma defesa mais segura, mas com um Fabián Rinaudo desastrado à sua frente. Mas pelo contrário a nova dupla do meio-campo ofensivo está a confirmar-se como a opção correcta, afinal é só pôr os jogadores nos seus lugares certos, "et voilá"!

Na frente Jeffrén está-se a habilitar a perder o lugar e Van Wolfswinkel precisa de ser mais eficaz, veremos se André Carrillo consegue tornar-se num jogador mais consistente e esperemos pelo ponta de lança que deverá chegar antes do fecho do mercado.

Para já estou a gostar do trabalho do Professor, mas o próximo teste com o Vitória de Guimarães será seguramente mais exigente.

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