Patricio e Capel contra todos

Obrigado a ganhar para continuar a sonhar com o apuramento para a fase seguinte da Liga Europa, Frank Vercauteren apostou num 4x2x3x1 que à partida garantia o balanceamento ofensivo necessário para este jogo.

No entanto a estratégia não resultou, porque os belgas entraram muito bem a pressionar alto, beneficiando da vantagem numérica que tinham no meio campo, onde Elias e Stijn Schaars ficaram um pouco desamparados e eram obrigados a correr muito.

Assim na primeira meia hora foi o Genk a mandar no jogo, enquanto o Sporting denotava muita lentidão e pouca mobilidade, com um futebol que em termos ofensivos se limitou ao pontapé para a frente sem nexo.

Na fase final da 1ª parte as coisas melhoraram um pouco, provavelmente porque os belgas não conseguiram manter a intensidade da sua pressão, e finalmente o Sporting começou a chegar-se à frente, mas era notória a ansiedade dos jogadores, agravada pelas manifestações de desagrado que vinham das bancadas.

No  inicio da 2ª parte o Sporting entrou melhor e começou-se a acreditar que era possível, até que o árbitro foi enganado por uma fita de um jogador do Genk e resolveu expulsar Stijn Schaars. De resto deve-se dizer que foi uma arbitragem muito fraquinha, com clara dualidade de critérios disciplinares e muitos erros nos foras de jogo.

Com menos um jogador abateu-se aquele sentimento de fatalidade sobre o Estádio José Alvalade, e eu no meu sofá não pude deixar de me recordar do que tinha acontecido na Bélgica e fiquei logo convencido de que a Liga Europa tinha acabado ali.

No entanto entre os minutos 64 e 65 os diabos que atormentam os sportinguistas fizeram uma pequena folga e logo depois de Rui Patrício ter evitado o golo com uma defesa enorme, Diego Capel em noite inspirada, inventou um golo em que ninguém acreditaria naquela altura.

A ganhar por 1-0 a equipa uniu-se para guardar a preciosa vantagem, mas a defesa continua sem ponta por onde se lhe pegue e foi Rui Patrício quem mais uma vez aguentou enquanto pôde, evitando o empate por diversas vezes, com algumas excelentes defesas.

Já perto do fim Frank Vercauteren resolveu recorrer ao jovem Tiago Ilori para reforçar o centro da defesa, mas o incrível aconteceu quando no último minuto o Genk chegou ao empate com um golo marcado de cabeça na pequena área, quando a equipa jogava com três centrais. Assim não há treinador que aguente.

O resultado acaba por ser justo e agora a calculadora é a única solução para este Sporting que já não depende de si na luta pelo apuramento num grupo que era muito acessível.

Em termos individuais para além das excelentes exibições dos já referidos Rui Patrício e Diego Capel, há a realçar o bom desempenho de Elias  que encheu o campo, só é pena que raramente jogue assim. O resto andou entre o fraco e o muito mau, pelo que a tarefa de Frank Vercauteren para construir uma equipa não vai ser fácil, principalmente com aquela defesa de papel. E o Braga já vem aí.

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