Que grande confusão

O Sporting regressou à competição com mais uma exibição e um resultado decepcionantes, num jogo em que Ricardo Sá Pinto introduziu algumas alterações na equipa, com natural destaque para a estreia de Izmailov, que relegou Diego Capel para o banco.

O russo reapareceu em bom plano, assumindo a batuta no meio campo leonino, gozando de toda a liberdade para se movimentar, embora ligeiramente descaído para o lado esquerdo, uma opção que até pode resultar, se o lateral esquerdo for capaz de fazer a sua ala toda, coisa que Danijel Pranjic‎ não conseguiu.

Por outro lado, Elias voltou a aparecer muito recuado, enquanto Adrien Silva pareceu não perceber muito bem qual o papel que lhe restava, com Izmailov sempre nos seus terrenos. O resultado foi um futebol muito confuso e um jogo repartido, com o Sporting a mostrar grandes dificuldades em criar perigo junto da baliza do Marítimo, de tal forma que nem se deu pela presença de Van Wolfswinkel em campo, e o melhor que se conseguiu foram alguns remates de fora da área.

Na ponta final da 1ª parte, notou-se uma ligeira melhoria da equipa, que finalmente conseguiu empurrar um pouco o jogo para o meio campo adversário, mesmo que apenas tenha estado perto do golo, quando na sequência de um canto, Cedric Soares teve um belo remate, obrigando Salin a uma excelente defesa.

E por falar e Cédric, diga-se que já nem me lembro de João Pereira, estou mesmo convencido que temos aqui um lateral direito para muitos anos.

Voltando ao jogo, o Sporting surgiu melhor na 2ª parte, julgo que fruto de algumas pequenas correcções no posicionamento do meio campo, com Elias e Danijel Pranjic‎ a gozarem de uma maior liberdade, enquanto Adrien Silva recuou um pouco no terreno.

Assim finalmente o Sporting assumiu o comando do jogo, enquanto o Marítimo passou a apostar tudo nos passes longos e nos contra ataques, tentando aproveitar alguma falha da defesa leonina, que no geral esteve em bom plano, com Xandão a responder bem à chamada, embora nas bolas paradas continue a haver alguma intranquilidade.

Aos 55 minutos surgiu finalmente o golo, o que obrigou Pedro Martins a reagir, metendo mais gente na frente. Respondeu Ricardo Sá Pinto com as entradas de André Martins e Diego Capel, dois jogadores rápidos que poderiam aproveitar os espaços que iriam inevitavelmente aparecer, mas se o jovem português entrou bem no jogo, o espanhol foi menos um, e até desperdiçou a melhor das oportunidades para matar o jogo.

Diga-se que apesar do 0-2 ter estado algumas vezes à vista, a verdade é que o Sporting nunca teve o jogo controlado e o Marítimo foi sempre perigoso, nunca baixando os braços, até ter finalmente chegado ao empate, na sequência de um livre à entrada da área, resultante de uma falta que pareceu não existir.

O Sporting sentiu este golo como um soco no estômago, e o Marítimo agigantou-se, de tal forma que cheguei a temer o pior nestes últimos minutos, mas no final o empate acaba por ser um resultado aceitável, perante mais esta pobre exibição da equipa de Ricardo Sá Pinto, que continua a ver boas exibições onde eu vejo uma grande confusão.

Comentários

  1. Confesso que não consegui ver os primeiros 20 minutos pelo que apenas consigo comentar a parte restante.

    Fiquei mais uma vez preocupado com a exibição da equipa, e o que mais me preocupou, foi que tivémos mais de duas semanas para preparar o jogo, onde Sá Pinto teve praticamente toda a equipa disponível para trabalhar, e o que vimos foi, como dizes, uma grande confusão em campo. Além disso, parece-me sentir ali alguma descrença, possivelmente nas ideias do treinador. Descrença que se começa a alastrar a mim próprio.

    Sá Pinto voltou a mudar muita coisa, e a insistir no erro de colocar Elias ao lado de Gelson. Viu-se que foi quando Elias subiu no terreno, que tivémos o nosso melhor período.
    A ideia de colocar Izmailov naquelas funções também não me parece nada mal, e ele esteve bem, no entanto é como dizes, ele acaba por ocupar muitas vezes o lugar do 10, o que faz com que Adrien se sinta perdido.
    Sendo assim acho que só faz sentido jogar com o 6 e dois 8s como tenho dito, ou eventualmente retirando um médio, com o Adrien a ser o principal candidato (desde que começou a competição que não fez nenhuma exibição boa) e colocando Viola ao lado de Ricky com liberdade para cair na esquerda quando Marat cai mais no meio. Para jogos com equipas mais fechadas, poderá ser uma boa opção, ganhando mais presença na área.

    Já agora, não querendo dizer mal do Patricio, mas pareceu-me que teve muita culpa no golo. Ainda antes da bola ser batida tava eu a pensar que ele estava muito mal colocado, pois estava encostado a um lado da baliza, era óbvio que a bola teria de ir para ali, e ele teria de lá chegar muito rápido, depois ainda escorrega para ajudar. Ora se a relva estava tão má, já tantas vezes tinham escorregado... não é admissivel aquele posicionamento. Depois, o remate nem foi muito forte, foi basicamente colocar a bola +/- naquela zona.

    Já agora mais uma nota, ao contrário de ti não me pareceu que a defesa estivesse bem. É certo que não me lembro de erros individuais de ninguém, mas como conjunto, pareceu-me mal, dado que cada bola na área foi um perigo. Então nas bolas paradas, só me fazia lembrar as aflições de há dois anos. Supostamente já tinhamos melhorado, mas este ano tá um pouco pior e ontem foi péssimo. Ora tínhamos um central com 1,91 e outro com 1,88... não me parece que haja défice de altura. Fiquei a desejar que Boulahrouz recupere rápidamente.

    Um abraço,
    Atento

    ResponderEliminar
  2. Também me pareceu que o Patrício estava mal colocado, espero que ele não se acomode com o novo contrato e perceba que ainda tem muito para melhorar

    ResponderEliminar

Enviar um comentário