Pré temporada em Setembro

Depois da revolução efectuada no onze titular no jogo com o Gil Vicente, Ricardo Sá Pinto resolveu dar apenas um retoque na equipa, devolvendo a titularidade a André Carrillo e deixando de fora Danijel Pranjic‎, uma alteração que me pareceu fazer sentido, e que dava um pendor mais ofensivo à equipa, permitindo que Diego Capel voltasse ao lado esquerdo, ao mesmo tempo que assim Valentín Viola jogava mais próximo de Van Wolfswinkel, embora em contra partida o meio campo ficasse mais desequilibrado.

Mas a maior diferença em relação ao último jogo, foi o regresso do futebol lento e pastoso, que resultou do estranho desaparecimento daquela raça que os jogadores mostraram no jogo com o Gil Vicente e que parecia estar esgotada.

Assim na 1ª parte o Sporting não teve uma única oportunidade de golo e poucas foram as vezes que se conseguiu aproximar da baliza de Vagner, pelo que o nulo seria um resultado inevitável, perante um Estoril bem organizado na defesa e sempre atrevido no contra-ataque, não tivesse Cedric Soares sido imprudente em cima do intervalo, ao cometer uma grande penalidade desnecessária, que deixou a equipa em desvantagem no marcador na pior altura possível.

Nesse momento dei comigo a pensar, "e agora o que é que Sá Pinto pode fazer?" Não sei se ele deu alguns berros no intervalo, mas o que é certo é que a equipa regressou dos balneários com outra atitude, e finalmente começaram a surgir as jogadas de perigo junto à baliza do Estoril.

No entanto não há nada que não aconteça a este Sporting, e na sequência de um canto a favor e quando a equipa começava a pressionar, surgiu o segundo golo do Estoril, num contra ataque perfeito, concluído por Luís Leal, um jogador das nossas escolas, tal como Diogo Amado, que também fez um excelente jogo e que na minha opinião era um jogador que merecia outra atenção da parte do Sporting.

Voltando ao jogo, direi que com 0-2 o dei como perdido e até pensei que o pior estava para vir, quando Ricardo Sá Pinto resolveu repetir a troca de Xandão por um jogador mais ofensivo, neste caso André Martins, passando a jogar num arriscado 3x3x4.

Só que tudo mudou com uma intervenção inexplicável do árbitro Nuno Almeida, que expulsou Gonçalo Santos sem que ninguém percebesse porquê, e aí o Estoril foi obrigado a abdicar do seu venenoso contra-ataque, recuando as linhas na defesa da vantagem que tinha no marcador.

Assim o Sporting voltou a embalar para uma meia-hora final em que reapareceu a raça do Leão, com muito querer e coração, e onde até houve lugar para a estreia de Betinho, pelo que os golos lá foram aparecendo, de tal forma que não fosse a grande exibição de Vagner com duas defesas impossíveis, a reviravolta ter-se-ia consumado novamente, mas desta vez só foi possível recuperar um ponto.

Neste momento Ricardo Sá Pinto tem alguns problemas bicudos para resolver, porque este plantel foi desenhado para um 4x3x3 que não resultou, e agora ele resolveu mudar para o 4x4x2, o que significa que em Setembro/Outubro estamos a fazer as experiências que habitualmente se fazem na pré temporada, só que já não há tempo para isso

Por outro lado temos muitos extremos e médios centro que não vão gostar nada de ficar no banco, e poucos avançados, daí que Ricardo Sá Pinto já tenha ido buscar um à Equipa B, isto numa altura em que ele está fragilizado e precisa do apoio de todos para sobreviver, restando saber se os jogadores vão continuar a lutar, ou se vão voltar à pasmaceira do costume deixando o treinador cair.

No meio de tudo isto só posso dizer que não queria estar na pele dele, pois nesta conjuntura não vai ser fácil dar a volta por cima e à 5ª jornada o Campeonato já está perdido.

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