Não havia necessidade

A precisar de ganhar no Dragão para continuar a sonhar com o 3º lugar, Sá Pinto mostrou ambição, deixando no banco Carriço e apostando num meio campo com Schaars e Elias, atrás de uma linha de três jogadores mais ofensivos, que apoiavam Van Volkswinkel no ataque.

Tivemos pois um jogo agradável, com as duas equipas apostadas em ganhar, embora sem grandes oportunidades de golo, porque quer de um lado quer do outro, o último passe raramente entrou bem, enquanto as defesas estiveram irrepreensiveis.

Aqui há que dar uma palavra a Anderson Polga, que foi o melhor jogador do Sporting em campo, simplesmente impecável, de tal forma que não merecia o azar daqule pontapé ao poste que poderia ter mudado o jogo, e muito menos merecia ter ficado ligado a esta derrota, ao fazer o penalti que deu vantagem ao Porto, na única jogada em que não conseguiu o corte limpo, acabando por ser  expulso, e diga-se que também de forma injusta. É caso para perguntar: onde andava este Polga que tanta falta fez durante a época?

Este jogo acabou no entanto por ficar marcado por uma arbitragem à portuguesa, e não havia necessidade disso, pois nem sequer se tratava de um daqueles confrontos de grande tensão, pelo que a opção de segurá-lo com cartões não fazia sentido. O resultado foram 10 cartões amarelos e 3 vermelhos, num jogo perfeitamente tranquilo, que à luz destes números absurdos, até parece ter sido uma batalha campal, quando poderia perfeitamente ter terminado com apenas 3 ou 4 cartões, e sem nenhuma expulsão, porque o vermelho directo a Polga também não se justificava.

Diga-se que Onyewu foi imprudente no lance do segundo amarelo, pois já tendo um no seu cadastro, tinha de ter tido mais cuidado, ainda por cima numa jogada em que Hulk estava tapado, mas aposto que se a situação de segundo amarelo tivesse acontecido do outro lado, o cartão tinha ficado na algibeira, embora o Proença tenha querido demonstrar o contrário, quando expulsou Fernando já à beira do fim, noutra decisão sem sentido.

O que é certo é que com menos um jogador e o Braga a ganhar, Sá Pinto optou por partir o jogo, recuando Elias e lançando André Martins para reequilibrar o meio campo, onde abdicou de Matias Fernandez, um risco compreensivel, mas a partir daí foi o Porto que mandou no jogo e só um enorme Rui Patrício é que foi impedindo o golo, até ao tal penalti que desbloqueou o resultado e deixou o Sporting a jogar com 9, o que aconteceu no minuto seguinte à última cartada do treinador leonino, que tinha acabado de apostar na entrada de Rubio para o lugar de Schaars, provavelmente a pensar num tudo ou nada, que se traduziria numa espécie de 4x1x4.

Saiu-lhe o nada, porque o FC porto aproveitou os desequilíbrios, matando a questão do 3º lugar, enquanto o Sporting até se arriscou a sofrer um castigo mais duro, terminando o jogo com 8 jogadores em campo, o que parece a ser moda neste singular futebol português.

Agora temos 15 dias para preparar a Final da Taça de Portugal, que poderá pelo menos atenuar o balanço desta época, que mesmo assim nunca será positivo,

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