Falhar nos momentos decisivos

Surpreendentemente Sá Pinto apostou em manter André Martins no meio campo, deixando de fora Carriço, num jogo em que se previa que iria ser preciso lutar muito, ainda por cima com um árbitro inglês, que deixou os bascos actuarem no limite, para depois castigar Van Volfswinkel e Carriço por entradas menores.

Talvez a ideia fosse surpreender o Atlhetic, porque marcar primeiro seria muito importante, mas não resultou, e o próprio Sá Pinto reconheceu que faltou intensidade à equipa na 1ª parte, onde os bascos foram sempre mais determinados.

É verdade que o primeiro golo foi precedido de uma cotovelada, mas esse lance foi um exemplo da raça que sobrou de um lado e faltou no outro. Os jogadores do Sporting parecem ter levado muito tempo a perceber que eles iam com tudo e que não valia a pena ficar à espera do árbitro.

A perder, o Sporting até reagiu bem e o jogo entrou na sua melhor fase, com Pereirinha e Llorente a terem grandes oportunidades para marcarem, e quando se percebia que o golo se avizinhava, Van Volfswinkel empatou e anulou a vantagem do golo obtido pelo Bilbau em Lisboa.

Era fundamental manter esta vantagem até ao intervalo, para então corrigir o posicionamento da equipa, mas com aquela defesa de papel é difícil não sofrer golos, e o 2-1 chegou no pior momento possível,  deixando tudo empatado.

Sá Pinto corrigiu o seu erro inicial, mas depressa o árbitro limitou Carriço com um amarelo e até chegou a ameaçar dar o segundo, mesmo assim a equipa ficou mais solida, embora nunca tenha sabido aproveitar o facto de um golo a seu favor ser muito mais perigoso, do que um golo contra, e raramente ameaçou a baliza contrária.

À medida que o relógio avançava o prolongamento parecia ser uma inevitabilidade, e Sá Pinto que já tinha feito uma substituição obrigatória, trocando um quase inexistente Pereirinha por Jeffrén, apostou a sua última cartada em Carrillo, tentando injectar alguma ambição numa equipa que tinha melhorado em termos de intensidade, mas que não conseguia esticar-se, pois para além dos laterais poucas vezes se terem aventurado no ataque, faltava quem fizesse as transições, daí que a saída de Matias Fernandez possa ser discutível, se não tiver sido motivada por questões físicas, isto já para não falar da ausência de Izmailov.

O resto foi a repetição do que acontecera no final da 1ª parte, com aquela defesa e o Polga do costume. Quem não perdoou foi Llorente, ao contrário de Van Volfswinkel em Alvalade, e foi aí que o Sporting começou a perder esta meia-final, que terminou de uma forma dolorosa, quando já todos estavam à espera de mais meia hora de sofrimento.

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