A estocada final

Num jogo em que o Benfica estava obrigado a ganhar e com o Sporting a ter menos 24 horas de recuperação, depois de uma desgastante viagem à Ucrânia, contra uma rápida deslocação do Benfica a Londres, eu esperava que o factor físico fosse determinante a favor dos encarnados, daí que me tenha parecido surpreendente e até arriscado, deixar Carriço no banco, mas a verdade é que a estratégia de Sá Pinto resultou plenamente, e os jogadores do Sporting responderam como verdadeiros Leões.

É verdade que o Benfica se pode queixar de um penalti não assinalado logo no primeiro minuto do jogo, quando Polga falhou o corte e derrubou Gaitan, num lance que poderia ter mudado o jogo, mas de arbitragens estamos mais do que conversados, num Campeonato onde o Benfica controla meia dúzia de árbitros, enquanto o FC Porto tem por sua conta outros tantos e mais alguns, daí que quando lhes calha em sorte um que não faz parte desse baralho de cartas marcadas, se venham logo queixar.

O que é certo é que o Sporting conseguiu bloquear completamente o jogo do Benfica, que durante os 90 e poucos minutos, só teve uma oportunidade de golo flagrante, quando Rui Patrício saiu a destempo da baliza, que Insua protegeu evitando o pior. De resto foram muitos cruzamentos e uma ou outra aflição, sempre que Polga adormecia, mas que um Xandão irrepreensivel, foi capaz de resolver quase tudo.

E se lá atrás o Sporting raramente deu espaços, na frente Izmailov, Matias Fernandez, Capel e Van Volfswinkel, estiveram endiabrados, aproveitando o adiantamento e as debilidades da defesa do Benfica.

O golo surgiu na sequência de um penalti indiscutivel e ao contrário do que seria de esperar não suscitou a reacção imediata do Benfica, que pelo contrário pareceu acusar o toque, de tal forma que o resto da 1ª parte foi tranquilo para o Sporting.

A entrada de Yannick ainda agitou um pouco as águas, mas foi sempre o Sporting que esteve mais próximo do 2-0, do que o Benfica do empate, valendo então a falta de eficácia de Van Volfswinkel e companhia, e o acerto de Artur que foi evitando o pior.

Nestes casos costuma-se dizer que quem não mata morre, e se o Sporting realmente teve muitas oportunidades para matar o jogo, especialmente por intermédio de Van Volfswinkel que poderia ter tido uma noite de glória, o Benfica nunca mostrou capacidade para fazer valer essa máxima, e nem sequer se pode falar de sufoco, quando o Sporting com o passar dos minutos, se foi encolhendo mais.

Assim podemos dizer que esta vitória foi indiscutivel e o 1-0 até soube a pouco, por mais que Jesus se desculpe com a arbitragem, depois de ter tido o desplante de afirmar que o Benfica-Braga tinha sido um grande jogo, com três excelentes equipas em campo, quando toda a gente viu que o árbitro perdoou um penalti indiscutível, ao "leva tudo à frente" Garcia.

Para finalizar uma palavra para o brasileiro Elias, que fez a sua melhor exibição desde que chegou a Portugal, enchendo o campo com um grande pulmão, destacando-se no meio de uma equipa onde apenas Polga merece alguns reparos, pelas suas constantes brancas, que poderiam ter deitado tudo a perder.

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