E um golo tudo mudou

No final do jogo de ontem Sá Pinto confessou que a 1ª parte muito passiva do Sporting, tinha sido de alguma forma estratégica, justificado tal opção com questões físicas e afirmando que não era possível ter uma intensidade como seria desejável, durante o jogo todo.

Consciente destas dificuldades e até das debilidades defensivas da sua equipa, Sá Pinto temeu e talvez até tenha respeitado excessivamente este Metalist, afirmando que sabia que se lhes dessem espaços, não os conseguiriam parar.

O que é certo é que o Sporting entrou no jogo cheio de cautelas, dando a iniciativa ao seu adversário, que assim conseguiu manter a bola quase sempre no meio campo leonino, embora sem criar jogadas de perigo junto à baliza de Rui Patrício, de tal forma que a primeira vez que um dos guarda-redes foi chamado a intervir, aconteceu aos 30 minutos, quando Carriço rematou de fora da área, à figura do guardião ucraniano.

Chegámos então ao intervalo com um nulo inevitável, que reflectia o que se tinha passado durante 45 minutos mornos e sem grandes motivos e interesse, com duas equipas mais na expectativa do que outra coisa.

Para a 2ª parte o Sporting entrou com uma atitude completamente diferente, e foi então possível verificar as debilidades defensivas do Metalist, que resultaram em dois golos que valiam ouro e que colocavam o Sporting numa posição muito vantajosa.

A ganhar por 2-0, Sá Pinto mandou entrar Jeffrén e Renato Neto. Pensei que iriam sair Izmailov e Capel que tinham estado em dúvida para este jogo, o que seria uma alteração que poderia dar mais consistência ao meio-campo e libertar Matias Fernandez, que já se sabe que não tem pedalada para um jogo inteiro.

No entanto Sá Pinto optou por trocas directas, substituindo Carriço que estava a jogar muito bem como médio defensivo, talvez por causa do cartão amarelo que ele já tinha visto, mas o que é certo é que com estas alterações a equipa não ganhou nada e o Metalist que entretanto já metera mais um avançado, começou a empurrar o Sporting para a sua área.

Foi então que apareceu o Rui Patrício do costume, que foi segurando a vantagem como pôde, perante uma defesa de papel, mas em cima da hora Marlos conseguiu passar no meio de uma multidão de defensores leoninos e obrigou o nº1 do Sporting a mais uma grande defesa, só que incompleta, o que obrigou o desamparado guarda-redes sportinguista a fazer um penalti, ao tentar evitar a recarga.

E assim aquilo que era um bom resultado transformou-se num perigoso desfecho, que deixa tudo em aberto para o jogo da próxima semana, onde se pede ao Sporting que repita a 1ª parte de Manchester, pois esta equipa do Metalist defensivamente não é grande coisa, enquanto o Sporting não tem defesa para aguentar um zero a zero, em lado nenhum.

Portanto no jogo de Kharkiv o primeiro golo vai ser muito importante, talvez mesmo decisivo para a resolução da eliminatória, que poderia ter ficado quase resolvida em Lisboa, mas que agora está completamente em aberto.
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