Rumo ao Jamor, com muito sofrimento

Apesar da derrota no jogo com o Gil Vicente, já se tinham notado algumas melhorias na equipa, muito à conta do regresso de Van Volkswinkel, que acrescenta presença no ataque, um sector em que o Sporting anda a jogar com menos, um há cerca de um mês, e mesmo no que diz respeito à entrada de André Santos e à inversão do triângulo do meio campo, que permite uma maior liberdade a Matias Fernandez, com a consequente subida de rendimento do chileno.

Ontem com o regresso de Rinaudo houve um claro acréscimo de qualidade e intensidade de jogo no miolo, e ainda por cima o argentino acabou por ser decisivo, ao marcar o primeiro golo e estar na origem da expulsão de Rondon.

A outra novidade foi a estreia de Xandão, que se pode considerar como prometedora. Pelo menos viu-se que não é jogador de inventar muito e que pode ser perigoso nas bolas paradas. Vamos a ver como se processa o casamento com Onyewu, porque de Rodriguez e Polga, estamos conversados.

De resto o Capitão da equipa ontem voltou a dormir no incrível lance do golo do empate e como se tal não bastasse, deu mais duas baldas que quase levavam o jogo para prolongamento.

Para os madeirenses este era o jogo da vida deles, e para os Leões o jogo que poderia arruinar definitivamente uma época, que não está a decorrer ao nível das expectativas geradas. Assim foi com naturalidade que o confronto começou com grande intensidade e alguma ansiedade de parte a parte, que poderia ter saído cara ao Sporting, quando João Pereira acertou na barra da sua própria baliza, de resto o lateral direito leonino, é um dos jogadores mais afectados por esta crise de resultados que o Clube atravessa.

Percebia-se a importância de marcar primeiro, quando saiu a taluda a Rinaudo, numa altura em que o equilibrio predominava. Com este golo o Sporting tranquilizou e impediu o Nacional de apostar tudo nas transições rápidas, que são o ponto fraco dos Leões, quando tem de se abrir no ataque, e assim foi o Sporting que passou a ter mais espaço nas costas da defesa madeirense, valendo a actuação desastrada do fiscal de linha, que qual libero endiabrado, cortou tudo e mais alguma coisa, impedindo o segundo golo que arrumaria logo ali a questão.

Para a 2ª parte o Nocional veio mais equilibrado e percebia-se que o Sporting estava a jogar no fio da navalha, quando Rondon foi expulso, num lance em que em nome da coerência, terei de dizer que faltou bom senso a Pedro Proença.

Com mais um jogador e em vantagem no marcador, a eliminatória parecia decidida, e o Sporting passou a controlar o jogo com relativa segurança, à espera da oportunidade para selar a passagem à Final, perante um Nacional que acusou o infortúnio, e se mostrava incapaz de reagir.

O ritmo de jogo baixou e parecia que assim se iria arrastar até a um provável segundo golo do Sporting, mas foi o Nacional que empatou com um golo incrível, que seguramente não se repetiria nem que os mesmos jogadores tentassem a proeza mais cem vezes, isto apesar da passividade do habitual Polga.

Outra vez em desvantagem na eliminatória, Domingos reagiu fazendo entrar Ribas para o lugar do desgastado Rinaudo, e empurrando o Nacional para a sua área, e pouco depois surgiu um penalti que é pelo menos discutível, sendo daqueles lances que geralmente os árbitros só marcam, quando acontecem no meio-campo.

Novamente em vantagem Domingos reequilibrou a equipa com as entradas de Carriço e Evaldo, mas mesmo assim Polga ainda teve tempo para dar mais duas baldas, valendo Xandão e a falta de instinto do recém entrado Keita, para se evitar o prolongamento, que voltou a estar à vista, quando já à beira do fim, Rui Patrício garantiu um lugar no Jamor, com uma defesa que mostra porque é que ele já é o melhor guarda-redes português da actualidade e um dos jogadores mais valiosos desta equipa.

O terceiro golo já veio fora de tempo e resultou apenas do desespero em que se encontravam os jogadores madeirenses, que talvez não merecessem esse castigo final.

E pronto, Jamor aí vamos nós para a festa com os estudantes, e agora Domingos terá pelo menos uma folga para tentar pôr a equipa novamente nos eixos, porque com Rinaudo e Van Volkswinkel de volta e se Xandão acertar, há ali pelo menos uma boa base de trabalho, para se construir uma equipa que no futuro possa dar algumas alegrias aos sportinguistas.

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