Falência

Não fui apoiante das listas de Godinho Lopes nas eleições do ano passado, porque na altura considerava ter chegado o momento de mudar de rumo e de dar o lugar a gente nova, daí que mais do que apoiar este ou aquele, eu acima de tudo não queria mais do mesmo.

No entanto quem ganhou foi a Lista A e independentemente da forma como as coisas se processaram, Godinho Lopes passou a ser o Presidente do Sporting Clube de Portugal, e como tal o meu Presidente.

Passado quase um ano devo dizer que o homem em alguns aspectos até me tem surpreendido pela positiva, pois tem-se esforçado para reunificar a família sportinguista, apesar de estar rodeado de muitas feras.

Inicialmente a coisa até esteve muito tremida, quando Luís Duque "ameaçou" demitir-se, mas depois a bola começou a rolar e é indesmentivel que a nova equipa entusiasmou os sportinguistas, que não tem parado de encher o Estádio.

No entanto os resultados da equipa de futebol é que são o verdadeiro barometro de qualquer Direcção, e depois de algum entusiasmo, neste momento as perspectivas não são muito animadoras. Aqui diga-se que com Carlos Freitas na gestão do plantel, eu não esperava muito mais, até fiquei surpreendido com algumas contratações, que tem mostrado ter qualidade, isto no meio dos inevitaveis barretes entre algumas opções inexplicaveis.

Nos próximos dias a equipa terá uma serie de jogos decisivos, e Domingos já começa a acusar algum desgaste e mostrar muito nervosismo e porque não dizer, algum desconsolo, tendo disparado em vários sentidos.

Entretanto Carlos Barbosa foi o primeiro dos Vices a abandonar o barco, ao que parece depois de algumas divergências com o Presidente, que continua a mostrar-se um verdadeiro equilibrista, atendendo a sua curta margem de manobra.

Por coincidencia ou não, acabaram de ser divulgados os resultados da auditoria, que não surpreendem ninguém, mas são assustadores na mesma, e revelam apenas que a venda do património, as Vmoc's e a tão falada reestruturação financeira, não serviram para nada senão para empobrecer ainda mais o Clube.

Agora fala-se da entrada de capital estrangeiro, que é algo que assusta os sócios, principalmente se isso significar a perda da posição maioritária do Clube na SAD, pelo que duvido que haja condições para se avançar com essa solução, porque ninguém vai querer meter milhões no Sporting se não for para mandar.

Sendo assim face à crise que o nosso País e a Europa atravessam, e à situação do Clube enterrado em dívidas, com a sua massa associativa dividida e a equipa de futebol no fia da navalha, o futuro próximo é inseguro e imprevisivel.

Chegado aqui direi que nada disto me surpreende, com esta Direcção não se podia esperar grandes mudanças, mas o pior de tudo é que mesmo que no dia 26 de Março de 2011 se tivesse concretizado a tão ansiada mudança, não me parece que a situação fosse substancialmente diferente.

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