A estrelinha de Sá Pinto

Tal como se esperava e impunha, Sá Pinto não fez grandes alterações em relação àquela que tem sido a equipa base de Domingos, sendo de assinalar apenas os regressos à titularidade de Polga e Izmailov.

Compreendo a opção pelo Capitão da equipa para o centro da defesa, numa perspectiva de gestão do grupo e até porque a primeira experiência da dupla Xandão/Onyewu, foi um verdadeiro desastre, no entanto se é por uma questão de velocidade ou neste caso falta dela, Polga não é mais rapido do que o seu compatriota e além de ser muito mais baixo do que ele, tem a agravante de não saltar, como se viu ontem, no lance do primeiro golo do Legia.

Para além disso não estou assim muito convencido da incompatibilidade entre os dois gigantes que jogaram contra o Marítimo, pois acho que o problema foi mais de posicionamento da equipa, do que a questão de serem jogadores muito iguais. Parece-me é que infelizmente nenhum deles é aquele patrão de que a equipa precisa, embora só tenha visto dois jogos do Xandão, que é um jogador ainda em fase de adaptação a um futebol diferente.

Quanto ao jogo o Sporting até entrou bem e parecia ter conseguido assumir o controlo das operações, mas passado o primeiro quarto de hora os polacos começaram a empurrar os Leões para trás e foram ganhando cantos e livres junto à baliza de Rui Patrício, que mais uma vez evitou estragos maiores enquanto pôde, mas o golo acabou mesmo por acontecer, numa jogada em que mais uma vez Polga mostrou as suas debilidades no jogo aéreo e depois o avançado polaco conseguiu de uma forma muito feliz, meter a bola no buraco da agulha.

Assim o resultado ao intervalo tinha de se considerar como justo para a equipa que mais atacara e perante algumas evidentes dificuldades do Sporting em colocar o seu jogo num relvado em muito mau estado.

Ao intervalo Sá Pinto foi forçado a mexer na equipa devido à lesão de Schaars, e estranhamente optou por Carriço, insistindo naquilo que na minha opinião foi um dos maiores erros de Domingo. Com esta alteração inverteu-se o triângulo do meio campo o que não se percebia muito bem atendendo a que o Sporting estava a perder, mas a verdade é que Carriço entrou bem no jogo e até foi dele o golo do empate.

Mas antes Rui Patrício tinha evitado o 2-0, naquele que na minha opinião foi o momento decisivo do jogo e talvez até desta eliminatória.

O golo do Sporting foi um forte rombo no ânimo dos polaco, que sentiram claramente o toque, enquanto os Leões serenaram e ganharam confiança de tal forma que comecei a acreditar que era possível chegar ao 1-2.

Foi então que Sá pinto resolveu intervir, trocando Carrillo por André Santos, num claro sinal de que estava satisfeito com o empate, talvez por isso a equipa baixou o ritmo do jogo e recuou no terreno, dando espaço para que os polacos voltassem a acreditar e não demorou muito até que na sequência de um lance precedido de fora de jogo o Legia retomasse a liderança do marcador.

Mas a estrelinha estava do lado do estreante Sá Pinto, e André Santos resolveu fazer aquele golaço, evitando uma derrota, que a acontecer ficaria inegavelmente ligada à última substituição feita pelo treinador leonino, que assim acabou por acertar em cheio nos jogadores que lançou em campo, com dois deles a marcarem os golos da equipa.

Á beira do fim Insua poderia ter dado a vitória ao Sporting, mas seria um prémio excessivo para uma equipa que teve no seu guarda-redes o melhor jogador em campo.

A eliminatória ficou assim bem encaminhada e agora espera-se pelo menos uma mudança de atitude da parte dos jogadores, e é nesta área que Sá Pinto mais tem a trabalhar, e desde que ele não invente a equipa tem todas as condições para melhorar e pelo menos ultrapassar este Legia.

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