Uma equipa remendada

No final do jogo de Olhão Domingos Paciência afirmou que o Sporting poderia ter ganho, mas também poderia ter perdido, declarações que por corresponderem inteiramente ao que se passou em campo, são reveladoras do mau momento que a equipa atravessa.

De facto foi mais um jogo em que o Sporting se revelou incapaz de se impor, mostrando-se uma equipa muito desligada e inconsistente, com um futebol aos repelões e muito inconstante.

Desta vez Domingos teve a atenuante das ausências forçadas de Schaars e Elias, que o obrigaram a refazer completamente o meio-campo, mas continuo sem perceber porque é que André Santos não joga, da mesma forma que a opção por Carriço a trinco, não me parece ser uma grande ideia.

Renato Neto regressou ao onze, mas tal como Ribas, que desta vez ficou de fora, não está minimamente entrosado com a equipa, e mostrou algumas dificuldades para aparecer, mesmo que desta vez tenha jogado na sua posição preferida, mas não é fácil entrar numa equipa que atravessa um mau momento.

No ataque Domingos desta vez optou por jogar sem ponta de lança, apostando na mobilidade de Jeffrèn, mas com um meio campo onde apenas Matias Fernandez tinha capacidade para inventar espaços para os homens da frente, depressa se percebeu que esta ideia do treinador não iria dar os resultados desejados, porque a bola não chegava lá, e quando chegava faltava presença na área.

Na defesa regressou Polga, que me parece menos mau do que Rodriguez, mas o Sporting continua a ter muitas dificuldades quando dá espaços para as transições rápidas dos seus adversarios, o que acaba por tolher as movimentações ofensivas dos laterais, e mesmo assim o Olhanense conseguiu criar meia dúzia de situações de grande perigo junto da baliza de Rui Patrício, que está cada vez melhor e lá vai tapando os buracos que se abrem à sua frente.

No inicio do jogo Carrillo ainda conseguiu algumas jogadas de perigo mas, mas a equipa nunca conseguiu assumir o controlo do jogo e o Olhansense começou a mostrar os dentes, equilibrando as operações.

Depois do intervalo ainda se pensou que o Sporting poderia empurrar os algarvios lá para trás, mas as alterações promovidas por Domingos não resultaram, pois Rubio e André Martins também não acrescentaram nada, e a saída de Matias Fernandez não se percebeu, daí que o empate se tenha tornado quase uma inevitabilidade, mesmo que Carrillo pudesse ter aproveitado um brinde do guarda redes adversário, à beira do fim.

Desta vez Domingos queixou-se da arbitragem mas sem qualquer razão. É verdade que este árbitro é fraquinho e apita de mais, mas à excepção de algumas incoerências disciplinares, o jogo não teve casos e foi fácil de dirigir, pelo que os protestos apenas são reveladores do estado de espirito do técnico leonino que mais valia ter ficado calado.

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