O bebé gigante.

Há mais de um mês sem ganhar, o Sporting voltou a Alvalade e recebeu o voto de confiança de cerca de 38 mil espectadores, que saudaram o regresso do futebol ás tardes de domingo.

Domingos Paciência voltou a mexer em todos os sectores da equipa, começando por trocar novamente Polga por Rodriguez, uma alteração pouco significativa, pois a diferença entre estes dois jogadores não é de palmo.

Desta vez o Sporting não sofreu golos, mas não deixou de passar por alguns sustos mesmo que do outro lado estivesse um Beira Mar que está longe de ser das equipas mais perigosas deste campeonato.

Entretanto Xandão já cá está quase há um mês e continua sem jogar, numa altura em que se aproximam jogos decisivos para o Sporting, que continua a ter o problema do centro da defesa por resolver.

Por falar em resolver e no centro da defesa, quem resolveu outra vez foi o americano Onyewu, um gigante que já não come papas, e que realmente acrescentou muito no jogo aéreo da equipa, onde tem sido decisivo nas duas áreas. Só é pena que seja muito lento no arranque, pelo que quando é apanhado em contra pé, até parece que os adversários vão de mota. Mas de resto geralmente joga simples e de uma forma eficaz, e acima de tudo pelo ar é uma limpeza.

No meio-campo regressou Elias para o lugar de Schaars, mas este brasileiro ainda não me convenceu, enquanto Renato Neto voltou a ser o eleito para a posição de trinco, mas se é verdade que este jovem acrescenta poder de choque à equipa, também me parece muito lento e pouco esclarecido na hora de começar a construir. De resto continuo sem perceber a implicância de Domingos com André Santos, que na minha opinião seria o substituto ideal para Rinaudo, mesmo que lhe falte cabedal para o lugar, o que também acontecia com o argentino, por isso não será por aí.

No jogo de domingo, André Santos voltou a entrar bem e com ele as transições para o ataque ganham outra eficácia e a segurança na posse de bola também, tal como André Martins acrescentou verticalidade ao futebol do Sporting, num dia de pouca inspiração de Matias Fernandez.

No ataque Jéfrrén regressou ao seu lugar, mas ainda continua longe da melhor forma, pelo que se percebeu a entrada de Carrillo, que no entanto desta vez não desequilibrou como tem sido costume e voltou a mostrar excesso de individualismo.

Ribas teve uma nova oportunidade e desta vez até já conseguiu rematar à baliza, mostrando-se mais entrosado com a equipa, no entanto parece-me um jogador pouco móvel, que se dá muito à marcação, mas mesmo assim se Carrillo o tivesse servido poderia ter marcado à beira do fim.

Para além disso continuo sem perceber a insistência Domingos em trocar os extremos, principalmente Capel, que quando joga na direita chega à linha e volta para trás à procura do seu pé esquerdo, pois é cego do outro.

De resto foi um jogo pouco entusiasmante, resolvido pelo bebé gigante com dois golpes de cabeça, ambos na sequência de livres, onde finalmente o Sporting volta a ser perigoso.

Com dois golos de vantagem a equipa foi controlando um adversário esforçado mas pouco perigoso, que mesmo assim ainda acertou duas vezes nos ferros da baliza de Rui Patrício, o que demonstra a falta de segurança desta equipa, que não foi capaz de matar o jogo, e nem sequer teve confiança para o tentar fazer de uma forma determinada, preferindo deixar correr o tempo, à espera do apito final.

E já que falamos de apitos, tenho de subscrever as declarações de Carlos Freitas no final do jogo, em relação a um árbitro que se não fez mais foi porque não pôde, mas via-se que estava com vontade de complicar, como é seu costume. Já não estou de acordo é em relação ao João Pereira, que continua a levar cartões por não ser capaz de se controlar e de fechar a matraca. Será que ainda ninguém foi capaz de lhe explicar que ele agora joga no Sporting?

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