Empate inevitável

Num jogo em que era fundamental ganhar, Domingos Paciência optou por não mexer muito na estrutura da equipa, apostando na entrada de Renato Neto para a posição de trinco, mantendo assim a dupla de médios habitualmente formada por Schaars e Elias, enquanto Carrillo continuava no onze.

Esta aposta não comprometeu, mas o jovem brasileiro jogou numa rotação abaixo da restante equipa, mostrando uma compreensivel falta de entrosamento e acabou por ser naturalmente substituído, quando Domingos resolveu inverter o triângulo do meio-campo, lançando Matias Fernandez no jogo, uma alteração que somada à entrada de Izmailov, mexeu com a equipa e esteve à beira de produzir os efeitos desejados, naquele que terá sido o melhor período do Sporting.

Mas diga-se que a vitória seria um prémio excessivo para qualquer uma das equipas, depois de um jogo muito dividido, onde houve pequenos periodos de ascendente para ambos os lados, embora cedo se tenha percebido que ninguém ia arriscar e que este era um daqueles jogos que só poderia ser decidido em pormenores, como as bolas paradas e em que marcar primeiro seria decisivo.

Assim pode-se dizer que a 1ª parte foi muito morna, com as jogadas de maior perigo a surgirem na sequência de cantos, em que Rui Patrício e Helton mostraram a importância dos guarda-redes nestes jogos, mas percebeu-se que o Porto apostava nas transições rápidas, à espera do erro do costume da defesa leonina, enquanto o Sporting pressionava menos do que o costume, preocupado e não dar essas baldas de que o Porto estava à espera.

Na 2ª parte naturalmente surgiram mais espaços, mas Hulk poucas vezes conseguiu escapar-se perante uma noite de acerto defensivo dos Leões, apesar de alguns momentos de tremideira desnecessária, enquanto Van Volkswinkel atravessa uma clara crise de confiança, que o tolhe na altura do remate. Assim mais uma vez foram os guarda-redes a ganhar o duelo com os avançados, nas duas únicas ocasiões que estes tiveram para marcar.

As substituições e o natural desgaste das duas equipas, poderiam ter sido decisivas e à beira do fim Matias Fernandez conseguiu furar pela esquerda, mas Van Volkswinkel não acertou na bola e Izmailov rematou frouxo, permitindo o corte de Álvaro em cima da linha. Respondeu o Porto nos últimos instantes, com James a aproveitar um dos poucos momentos de desorientação da defesa leonina, mas a certar em Otamendi, que impediu aquilo que poderia ter sido um doloroso castigo para o Sporting.

No final um empate que deixa o Sporting ainda mais longe da luta pelo titulo, pelo que agora a Taça de Portugal terá de ser o grande objectivo, pois no Campeonato já não se espera mais do que um lugar no pódio.

Uma palavra também para Pedro Proença, o único bom árbitro que temos em Portugal, que decidiu quase sempre bem e teve o bom senso de não desequilibrar o jogo, poupando os cartões quando tinha de os poupar, para desconsolo de um patético Vítor Pereira.

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