A coisa esteve muito feia

Depois do nulo com o FC Porto, Domingos Paciência optou por manter Renato Neto no meio-campo e por mudar os extremos, promovendo o regresso de Jeffrèn depois de uma longa ausência e retomando a adaptação de Matias Fernandez a um lugar para o qual não está talhado.

Mal o jogo tinha começado aconteceu a estranha lesão de Van Volkswinkel e o Sporting passou a jogar com dez, pois Bojinov foi claramente um jogador a menos, o que já ninguém estranha.

Assim o Sporting ficou sem avançado, com um extremo desadaptado ao lugar e outro sem ritmo de jogo, tornando-se tudo muito fácil para um Nacional que plantou duas linhas defensivas à entrada da sua área e aproveitou duas das três oportunidades que teve, na sequência das habituais brancas da defesa leonina.

Na 2ª parte o Sporting já com Carrillo e Capel em Campo e com o Matias Fernandez solto, tudo mudou a começar pela atitude dos jogadores que imprimiram outra velocidade ao jogo, e as oportunidades de golo começaram a aparecer, mas continuava a faltar o avançado.

Só quando as equipas ficaram a jogar ambas com dez homens, é que o Sporting conseguiu chegar ao golo, com Elias a ir à área mostrar ao outro como é que se fazia.

O empate acabou por chegar em cima do apito final, castigando uma equipa que abusou do anti jogo, que acabou por ser penalizada pelo tempo extra dado pelo árbitro.

Com este resultado fica tudo em aberto para a Choupana, mas a coisa esteve muito feia e não vai ser fácil ganhar na Madeira, no entanto com outra atitude esta equipa ainda vai a tempo de chegar ao Jamor.

Até lá esperemos que o Xandão possa ajudar a resolver alguns problemas no jogo aéreo e ponha o Polga a caminho de casa, pois já ninguém aguenta aqueles pontapés para a frente sem nexo, aquela passividade nas marcações e as brancas com que ele periodicamente nos brinda.

Já agora que leve o Bojinov, que também me parece muito talhado para umas férias no Brasil, de tal forma que mesmo sem nunca ter visto o Ribas dar um único chuto na bola, arrisco-me a dizer que pior do que o bulgaro ele não será, mas pelo que se diz é muito dedicado e profissional, o que já é uma garantia de que pelo menos corre.

Comentários

  1. De facto a coisa esteve muito feia... e não está nada fácil.
    O Polga mais uma vez esteve péssimo e não dá para sobreviver assim... no entanto gostaria de comentar aqui um factor táctico que me parece importante. É que fala-se muito nos péssimos passes do Polga que são um facto, mas parece-me que a culpa não é só dele... é que eu acho que o Domingos é que manda jogar assim. Porque se repararmos, a maneira da equipa contruír o ataque organizado, nunca é através dos médios, que não recuam para distribuir (a não ser esporadicamente e normalmente devolvem ao... Polga) e antes colam-se aos avançados para receber bolas longas. Assim a forma de construção é através de passes longos dos centrais (normalmente Polga) ou através dos laterais, saíndo a jogar com os alas.

    Dado que esta forma de jogar já é tão repetitiva, os treinadores adversários identificaram que basta impedir os laterais de sair a jogar para que a única forma de sairmos seja através dos passes longos do Polga, o que invariavelmente não dá bom resultado.

    Ora esta nossa forma de jogar pode dar resultado com equipas que jogam mais abertas, pois conseguimos fazer transições rápidas e aproveitar os espaços, mas contra equipas fechadas - como a maioria que encontramos no nosso campeonato, principalmente em alvalade - é muito complicado.

    Assim, parece-me que de facto a melhor táctica ainda será jogar com o duplo pivot, Schaars - Elias e com Matias à frente destes. Desta forma os médios recuam um pouco mais e conseguimos construir de outra forma. De qualquer forma, mesmo jogando com trinco, penso que é tempo de o Domingos treinar a equipa a construír de outra forma, para não estarmos dependentes dos passes do Polga.

    Quanto a Renato Neto, sinceramente até gostei das suas duas exibições, e parece-me mesmo que é o nosso melhor 6 a seguir a Rinaudo. É muito possante e não é propriamente tosco, pelo que com mais rodagem acredito que possa ser útil.

    Quanto a Xandão, espero bem que se adapte rapidamente e se ponha em forma, para que possamos dar a reforma a Polga.

    Quanto ao avançado... de facto isto com Bojinov não dá. Já teve tempo mais que suficiente e deviam era ver se se livravam dele ainda em Janeiro, antes que desvalorize ainda mais. Agora em Braga não devemos ter Wolswinkel, pelo que espero bem que jogue o Ribas ou o Rubio. Precisamos de facto de jogar com 11 em Braga... e mesmo assim vai ser dificil...

    Peço desculpa pelo testamento...
    Saudações Leoninas,
    Atento_SCP

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  2. Sinceramente não quero acreditar que o Domingos ou outro qualquer treinador mande o Polga fazer aquilo. Ele sempre o fez, muitas vezes julgo que por não ter outra solução pois não tem capacidade para sair a jogar.

    Quanto à inversão do triângulo estou plenamente de acordo, até porque o Matias no meio rende muito mais que desterado na direita, e agora com o regresso do Jéffren ´faz ainda menos sentdo essa adaptação.

    Por outro lado numa determinada altura da época a pressão alta da dupla Schaars/Elias funcionou muito bem, até porque o Rinaudo preenchia na perfeição os espaços mais atrás, mas sem ele a equipa ficou um bocado partida, já para não falar no desgaste e na matreirice dos outros treinadores que já vão conhecendo a forma de actuar do Sporting.

    Mas para já eu também apostava na solução que referiste, até porque pelo que se diz o Ribas é um avançado com menos mobilidade do que o Van Volkswinkel, esperemos que seja igualmente eficaz.

    É sempre um prazer trocar impressões com que gosta de falar realmente de futebol.

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