Aquém, mas além

Concluida que está a 1ª volta do Campeonato, é hora de se fazer um balanço inicial, numa altura em que depois de ter falhado em Coimbra, em Braga e no jogo com o Porto, o Sporting ficou definitivamente arredado da luta pelo titulo, e terá agora de apontar ao 3º lugar, como sendo o objectivo a atingir na Liga, ao mesmo tempo que a conquista da Taça de Portugal passa a ser obrigatória, quando Porto e Benfica já estão fora da carroça, mas mesmo aqui a coisa não está fácil e esteve bem preta, quando o Nacional chegou ao 2-0 em Alvalade.

A Taça da Liga nunca passará de uma fraca consolação, mas mesmo assim o Sporting tem a obrigação de pelo menos chegar à Final, tal como na Liga Europa o minimo que se exige é a passagem aos oitavos de final, onde Porto ou Manchester City, serão sempre adversários muito dificeis.

Perante tudo isto parece-me perfeitamente normal que se diga que os resultados tem estado aquém das expectativas, mesmo que seja verdade que entraram 18 jogadores novos neste plantel, e que as lesões tem condicionado muito as escolhas do treinador e a evolução da equipa.

Há também a inevitavel questão da arbitragem, que travou o arranque desta equipa, mas diga-se que a aposta inicial de Domingos numa defesa que já todos sabiam que não oferecia garantias minimas e em jogadores marcados pelos adeptos, como eram Postiga e principalmente Yannick, foram opções que não ajudaram muito.

Em Paços de Ferreira Domingos esteve no fio da navalha, mas encontrou aí uma equipa que chegou a entusiasmar, até à lesão de Rinaudo, um problema que ainda não foi ultrapassado e que somado ao facto das outras equipas terem começado a perceber como é que o Sporting jogava, trouxe dificuldades acrescidas para Domingos.

A derrota na Luz num jogo em que com um pouco mais de sorte, poderia ter embalado a equipa, foi o primeiro revés, até se chegar a este periodo de sucessivos maus resultados, que obrigam à redefinição dos objectivos.

Diga-se ainda que é incompreensivel que depois de se ter contratado 16 jogadores no inicio da temporada, não se tenha resolvido aquele que estava mais do que identificado como principal problema da equipa, ou seja a falta de um patrão para a defesa, sector para o qual se contrataram dois centrais que não resolvem esse problema, o que já obrigou ao recurso ao mercado de inverno, onde geralmente apenas se consegue remendar, o que não é a mesma coisa do que fortalecer. Vamos a ver o que é que vai dar o Xandão.

De qualquer forma desta vez é inegavel que Carlos Freitas trouxe alguns bons jogadores, embora também tenha esbanjado dinheiro noutros, principalmente um tal de Bojinov, que não é mais do que uma segunda versão do Pongolle, ou seja um jogador que prometeu muito quando era jovem, mas que não chegou lá e agora acomodou-se aos bons ordenados, e já não tem motivação para muito mais.

Perante tudo isto isto era inevitavel algum desconsolo da parte dos sportinguistas, que no entanto ainda continuam a dar alguma margem de manobra a Domingos, mas o treinador já começou a sentir que a corda está a apertar, e assim resolveu despejar o saco.

Domingos não deixa de ter razão quando aponta o dedo a alguns papagaios que aparecem sempre a botar faladura quando há uma corrente de ar em Alvalade, mas ele já sabia que o Sporting não é um Clube fácil, por isso só lhe resta encontrar rapidamente as soluções para pôr a equipa outra vez a ganhar, sendo que o jogo da Choupana será decisivo para o seu futuro, porque perdendo na Madeira os seus creditos ficarão praticamente esgotados e a equipa pode ir por aí abaixo e com ela as recitas necessárias para cobrir os ivestimentos feitos.

Por isso esta fase que se segue é decisiva, sendo necessário seguir em frente nas três taças e não perder mais pontos no Campeonato, porque depois com os regressos de Rinaudo e Van Volkswinkel, e quem sabe se Izmailov e Jeffém, sem esquecer Xandão, a coisa até pode encarreirar, e Domingos terá então espaço para concluir o tal trabalho de dois anos que lhe foi proposto.

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