Nem mesmo com paixão

Num jogo que era decisivo para manter a equipa ligada ao campeonato, Domingos apenas fez uma alteração no seu onze, promovendo o óbvio regresso de Elias à titularidade, em detrimento de Matias Fernandez, e Sporting voltou a entrar muito bem no jogo e a marcar cedo, dominando por completo as operações, perante um dos piores "Vitórias" de que eu tenho memória.

Estava o jogo completamente controlado pelos Leões, de tal forma que se poderia dizer que o 2-0 era uma questão de tempo, quando o "artista" do costume entrou em acção, mostrando ao que vinha ao expulsar Rinaudo na sequência de um lance onde o amarelo tinha sido mais do que suficiente, e com um critério mais largo até poderia ter sido dispensável. Escusado será dizer que quando foi ao contrário o rigor, ou melhor dizendo a paixão do árbitro desapareceu ou veio ao de cima.

Não se atrapalhou o Sporting que manteve o adversário em sentido, mostrando mais uma vez grande saúde física e mental, de tal forma que apenas nos últimos minutos da 1ª parte o Vitória conseguiu criar algum perigo, depois do seu treinador ter mexido na equipa.

No recomeço os treinadores fizeram novas alterações, com Domingos a fazer a inevitável troca de Carrillo por André Santos, para dar outra consistência a meio campo, objectivo atingido de imediato.

Faltava ainda meia-hora quando Domingos resolver tirar Capel para meter Evaldo, perdendo assim o único jogador capaz de fazer transições rápidas e de manter em sentido a defesa vitoriana, e deixando Van Volkswinkel completamente abandonado na frente, dando uma clara indicação à equipa para recuar.

Se com esta alteração a equipa tinha dado a iniciativa do jogo ao Vitória, a entrada de Carriço substituindo o único avançado que restava na equipa, foi uma aposta total na necessidade de manter o resultado, que me pareceu muito arriscada, mesmo que possa ser explicada devido ao desgaste natural da equipa depois do esforço a que foi obrigada na 5ª feira e à necessidade de responder às alterações promovidas por Rui Vitória, mas a verdade é que a estratégia resultou, pois o Guimarães nunca conseguiu criar uma jogada de verdadeiro perigo na área leonina.

No entanto temos de dizer que este Vitória é uma equipa muito limitada, que nunca mostrou capacidade para incomodar o Sporting o que só aconteceu nas poucas vezes que conseguiram levar a bola à linha e cruzar para Edgar que Polga marcava com os olhos, mostrando as suas conhecidas limitações no jogo aéreo, da que não se perceba porque era ele a marcar o homem mais alto do Guimarães.

Passou pois com nota alta, o treinador Domingos e a sua equipa, num jogo em que tiveram de ultrapassar obstáculos que pouco tem a ver com o futebol, e que ficou estragado pela conhecida paixão do pior árbitro que eu já alguma vez vi actuar na 1ª divisão.

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