O Sporting de Couceiro

Há quase dois meses no comando técnico do Sporting, José Couceiro já conseguiu pelo menos estancar a derrapagem em que esta equipa tinha entrado e pode-se dizer que este Sporting está menos inseguro e mais estável. Sem Liedson o Sporting pode agora jogar no tradicional 4x3x3 que com Couceiro não tem sofrido muitas alterações, variando apenas na disposição do triângulo do meio-campo onde Matias Fernandez ganhou um lugar de destaque à frente de um duplo pivot, ou apenas de um trinco quando a equipa precisa de se balancear mais no ataque, aparecendo então outro jogador mais próximo do chileno, que pode ser Valdez ou mesmo Zapater que normalmente é o parceiro de André Santos nas zonas mais recuadas do meio-campo. A equipa melhorou essencialmente na defesa, onde a lesão de Carriço serviu para tirar da equipa um dos jogadores mais afectados com o mau momento do grupo, e que estava mesmo a precisar de parar para acalmar. Apesar disso Torsiglieri ainda vai tendo algumas brancas e as dúvidas sobre o valor deste central argentino mantém-se, sendo esta uma das posições mais carenciadas do plantel, até porque Polga já deu o que tina a dar. Nas laterais a lesão de João Pereira foi compensada pela regularidade de Abel, enquanto do lado esquerdo Evaldo ainda parece acusar o peso da camisola, estando longe de convencer, mesmo que não tenha concorrência para o lugar. Tem valido acima de tudo um Rui Patrício cada vez mais a afirmar-se como uma das grandes figuras desta equipa, pelo que não me espantarei muito se for o próximo a embarcar para o estrangeiro. O pior é o ataque onde Postiga pese embora o seu esforço raramente consegue acertar na baliza e como a única alternativa que há é o inócuo Saleiro, dificilmente este Sporting poderá fazer muitos golos, até porque os extremos também não ajudam muito e sabe-se como eles são importantes para o ponta de lança num 4x3x3. Yannick e Vukcevic são jogadores intermitentes. Um precisa de espaço para usar a sua grande arma que é a velocidade e tem algumas insuficiências técnicas, que o impedem de definir melhor as jogadas, o outro agarra-se á bola excessivamente, e não consegue aproveitar da melhor forma as suas principais qualidades. Qualquer um deles tarda a dar o salto qualitativo que se exige para deixarem de ser simples promessas, mas só tem a concorrência de um inexperiente Salomão que ainda está num patamar abaixo, ou em alternativa Valdés que não tem caracteristicas para o lugar. É com estas armas que Couceiro tem de jogar numa altura em que apenas está em jogo a diferença de 15 dias no começo da próxima temporada que é o que na pratica distingue o 3º do 4º lugar. Nesta altura apenas se exige que se evite uma humilhação no Dragão e depois se ganhem os dois jogos em Alvalade para então consoante os resultados do Braga se poder ou não discutir o 3º lugar na Pedreira. É triste mas é o que nos resta e mais não se pode exigir a José Couceiro que fez o melhor que pôde atendendo aos meio disponíveis.

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