Jogar como os pequenos.

Já vejo o Sporting há para aí uns 30 anos e não me recordo de um jogo em que a nossa equipa tenha sido tão dominada por um clube pequeno do nosso campeonato, como ontem aconteceu em Vila do Conde, nem mesmo em algumas derrotas humilhantes de que eu também me lembro, eu vi uma coisa assim.

Couceiro inverteu o triângulo do meio-campo, fazendo entrar Zapater, enquanto Valdés avançava para o lado esquerdo ocupando o lugar que na semana passada fora de Salomão, mas nem essa alteração deu outra solidez à equipa, que demonstrou uma passividade inacreditável.

Os jogadores do Rio Ave chegavam sempre primeiro à bola e ganhavam todas as divididas, e às vezes até as segundas e terceiras bolas, de tal forma que o Sporting fazia lembrar as equipas pequenas que não conseguem sair do seu meio-campo quando jogam no terreno dos grandes, com a agravante de nem estar bem organizado em termos defensivos, permitindo que os avançados adversários entrassem pelas alas com grande facilidade, e deixando Rui Patrício muitas vezes desamparado na defesa heroica da sua baliza.

Durante 80 minutos o Rio Ave foi a única equipa que tentou chegar ao golo, que mereceu e só por duas vezes o Sporting chegou com algum perigo à baliza adversaria, até que com o aproximar do apito final os vila-condenses talvez acusando algum desgaste resultante do facto de terem assumido as despesas do jogo, começaram a recuar mostrando estar satisfeitos com o pontinho da ordem, e foi então que o Sporting finalmente deu um ar da sua graça e quase que chegou à vitória, o que diga-se teria sido uma grande injustiça.

Não há volta a dar, falta qualidade a esta equipa, pelo que se adivinha mais um final de época penoso.

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