O segundo candidato a candidato

Bruno Carvalho é o segundo candidato assumido à Presidência do Sporting Clube de Portugal, e para já foi mais longe do que Braz da Silva, demonstrando um conhecimento assinalável da realidade sportinguista e apresentando já o seu programa.

Carvalho é sem duvida um homem com provas dadas de grande sportinguismo, e a primeira impressão que fiquei dele foi muito boa, pois o seu programa toca em vários pontos que me parecem fundamentais, como sejam o ecletismo, o pavilhão, o melhoramento e estreitamento da relação entre os sócios e o Clube, uma viragem na politica de comunicação, onde a TV Sporting e a dinamização do site me parecem fundamentais, a introdução de mais cultura sportiguista na Academia e a necessidade de melhorar a ligação entre a formação e o futebol profissional, sendo que aqui quando ele fala de uma equipa directiva pluridisciplinar formada por antigos jogadores do Clube e gestores, me cheira a gente a mais, pois na minha opinião é preciso em primeiro lugar um Director Técnico que coordene todo o futebol do Sporting, e pelo menos um homem na SAD, que se saiba mexer no lodaçal do futebol português, tipo Luís Duque.

Parece-me pois uma pessoa empenhada, esclarecida e com boas ideias e princípios muito positivos, mas que também passou a imagem de alguma ingenuidade e muito idealismo, isto numa altura em que o Sporting vive enterrado nas amarras da reestruturação financeira planeada por um grupo de dirigentes cujo tempo ao que tudo indica terá chegado ao fim, e no miserabilismo da sua equipa de futebol, que é como todos sabemos o coração do Clube, e que não funcionando bem o deixará sempre numa posição aflitiva.

Talvez por isso mesmo Bruno Carvalho resolveu copiar a ideia do fundo que tanto entusiasmou muitos sportinguistas, o que a mim me parece um certo atestado de menoridade aos sócios, mas se calhar ele até tem razão, pois o pessoal está tão farto de levar na cabeça, que naturalmente fica com água na boca quando se fala em milhões e mais milhões. Mesmo assim Carvalho marcou pontos ao dizer que só apresentaria o seu fundo com os investidores sentados ao seu lado. Esperamos para ver, os dele e os do outro.

Foi também visível a necessidade deste candidato conseguir um maior mediatismo. O produto parece-me bom, mas o embrulho tem de ser mais atractivo e principalmente arranjar um bom lugar na montra.

Aguardemos pelos próximos dias e pelos apoios que cada um possa conseguir angariar, e pelo debate de ideias, enquanto a situação continua à procura do seu último representante, e da ala extremista se espera que apareça uma candidatura com o supremo desígnio de fazer uma auditoria externa às contas dos últimos 15 anos.

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