Liedson merecia mais

Para o jogo que marcava a despedida de Liedson, Paulo Sérgio optou por manter o 4x3x3 que utilizou nos últimos jogos, mas depressa se verificou que faltava ali criatividade no meio-campo, e que o ataque estava coxo, não se percebendo bem o posicionamento de Postiga.

O treinador leonino foi rápido a emendar, e com a entrada de Salomão passou a ter uma linha da frente completa, mas à qual continuava a faltar quem a servisse em condições, de forma a ultrapassar uma defesa muito subida no terreno, que ariscava bastante no fora de jogo.

Mesmo assim o golo surgiu pouco depois da substituição e tudo parecia correr de feição, até para Liedson que marcava mais um golo no dia da sua despedida.

No entanto o incrível aconteceu, quando à beira do intervalo a defesa meteu o já habitual complicador a funcionar, com Evaldo e Carriço a oferecerem a reviravolta no marcador, a uma equipa medíocre que nada tinha feito por isso.

A perder o Sporting reentrou com doses acrescidas de ansiedade, e só acabou por chegar ao empate com um penalti caído do céu. Mais uma vez parecia que desta feita os deuses estariam do lado dos Leões, mas eis que Rui Patrício resolve dar motivos aos seus críticos, para lhe caírem outra vez em cima, e o Sporting volta a ficar em desvantagem no marcador.

A entrada de Matias Fernandez para o lugar de André Santos seria teoricamente uma boa opção para o assalto final, mas o chileno continua a não ser capaz de pôr o seu talento ao serviço da equipa, falta-lhe personalidade para se assumir como o patrão que tanta falta faz ao Sporting.

A ponta final do jogo chegou a ser deprimente com a equipa sem capacidade para ir buscar forças para dar a volta ao jogo, enquanto das bancadas se despejavam insultos principalmente dirigidos ao treinador e ao Director do Futebol.

Só mesmo um Liedson motivado pelas emoções do dia do adeus, poderia descobrir outra vez o caminho da baliza adversaria, mas já tarde era para se chegar à vitória, mesmo assim ainda conseguiu evitar uma humilhação maior, ele que no momento da despedida merecia muito mais do que um mar de lágrimas, bem reveladoras do actual estado de espírito dos sportinguistas.

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