A fuga de Costinha

Parece que chegou ao fim o curto percurso de Costinha enquanto Director Desportivo do Sporting, um desfecho anunciado, e que depois da bombástica entrevista concedida à SportTV se tornou inevitável.

Não sei onde é que José Eduardo Bettencourt foi buscar a ideia de contratar Costinha, naquilo que foi evidentemente uma aposta de risco, em alguém sem qualquer experiência no dirigismo, e que apenas tinha como currículo um boa carreira enquanto futebolista, embora muita gente falasse também do apoio do super empresário Jorge Mendes.

O que é certo é que esta aposta se revelou um fracasso total. Costinha entrou no Sporting um pouco como um elefante entra numa loja de porcelanas, e começou logo a partir tudo. O caso Izmailov marcou definitivamente a sua falta de tacto para o lugar, e a reformulação do plantel foi má de mais para ser verdade, mesmo com as atenuantes resultantes de evidentes limitações financeiras.

O que Costinha veio dizer agora até pode ser verdade, mas é evidente que ele está a sacudir a água do capote, enjeitando responsabilidades que são dele, senão na totalidade, pelo menos em grande parte.

Por outro lado ao afirmar que o Couceiro vai resolver o mesmo que ele resolveu, ou seja nada, está a reconhecer a sua inaptidão para o cargo, e apesar de dizer que não amuou quando lhe retiraram poderes, é evidente que amuou, como também me parece claro que nessa altura devia ter batido com a porta.

Mas não o fez, esperou que o barco começasse a ir ao fundo, e depois de perceber que era o próximo alvo das bancadas de Alvalade, veio dizer que não tinha nada a ver com aquilo, muito menos com a ruinosa venda do Liedson, com se este problema não fosse apenas mais uma consequência de muitos erros anteriores.

Posto isto a porta de saída está aberta, esperando-se que não seja necessário empurrá-lo, porque mesmo que ele não deixe saudades, é bom que saia pelo seu pé, pois já estamos todos fartos desta bagunça.

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