Vamos a votos

Está decidido, vamos outra vez a eleições. Os órgãos sociais do Clube fizeram aquilo que se impunha, acompanhando o Presidente na demissão, e abrindo espaço para que os sócios se voltem a pronunciar nas urnas, daqui por pouco mais de dois meses, um prazo que me parece bem razoável para quem quiser avançar, se preparar adequadamente.

Para além disso desta vez as eleições vão ser num sábado, o que certamente permitirá que mais gente, principalmente os que moram longe, também possa votar, e assim lá se vão por água abaixo mais uma serie de teorias da conspiração.

Portanto estão reunidas todas as condições para uma disputa eleitoral leal e esclarecedora, que permita aos sportinguistas uma escolha consciente e ponderada, porque ainda são eles que decidem, pois os bancos não votam.

Para já ainda não há candidatos, mas parece-me óbvio que Rogério Alves está para a "oligarquia" na mesma posição que Bettencourt estava em 2009, ou seja é o candidato ideal e quase imbatível. Resta saber se ele se quer meter nesta empreitada, ou se há quem seja capaz de o convencer a avançar mesmo. Por enquanto tenho as minhas dúvidas.

Se Alves não quiser, tenho praticamente a certeza de que Dias Ferreira quer, mas não será a mesma coisa, pois o conhecido comentador da SIC, está longe de ser uma figura consensual, não só entre os sócios, como principalmente entre os seus pares, pelo que o seu nome poderá gerar alguma divisão. De resto não estou a ver mais ninguém com capital suficiente para ser um candidato forte.

Do lado da oposição o problema será o mesmo de há 19 meses, encontrar um líder capaz de agregar os cronicamente descontentes, e de convencer os que para lá caminham. Mas desta vez eles até tem mais dois trunfos: a experiência adquirida nas últimas eleições e o enorme desgaste acumulado pela situação.

Agora parece-me que há duas coisas fundamentais: ir para o terreno o mais rápido possível, aproveitando o trabalho que já está feito, e falar a uma só voz, o que será talvez o mais difícil de acontecer, pois desta vez, principalmente se Rogério Alves não avançar, há mesmo possibilidades reais de ganhar, o que por um lado pode facilitar o aparecimento de um bom candidato, mas por outro vai aumentar a probabilidade de surgirem os habituais artistas que nestas alturas gostam de se promover à custa do Clube.

Podem também aparecer candidatos tipo Pedro Souto, que tentem ocupar uma posição neutra nesta guerra, apelando á unidade dos sócios, e que poderão ter aceitação principalmente numa fatia cada vez maior de sócios moderados, que já estão saturados desta linhagem de dirigentes que comanda os destinos do Sporting desde 1995, mas que ainda não esqueceram o período populista que antecedeu a era Roquete, e não se revêem nos discursos inflamados e na sede de sangue que caracteriza a face mais visível da oposição.

Nesta matéria o candidato da oposição, terá de perceber que nunca vai ganhar as eleições só com os votos da minoria que acabei de referir, pelo que ou aprende com os erros cometidos por Pereira Cristóvão em 2009, ou não terá hipóteses de ir muito para além do pequeno resultado conseguido nessa altura. Para ganhar este combate é preciso ter a noção do perfil do universo dos votantes, que está longe de poder ser retratado com base na rapaziada dos fóruns e blogues.
Agora é esperar pelos desenvolvimentos que se vão seguir e desejar que o debate seja esclarecedor e com uma elevação à Sporting, e acima de tudo que em 26 de Março próximo tenhamos um bom Presidente, que seja quem for será sempre o meu Presidente.

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