Apurados

Depois de tentar os 4x4x2 e 4x3x3 clássicos, o 4x4x2 híbrido, e o 4x2x3x1, Paulo Sérgio avança agora para um 4x3x3 sem extremos, que resulta essencialmente da vontade de meter no mesmo onze, jogadores que tem estado em evidência como sejam André Santos, Hélder Postiga e Jaime Valdés, e outros tidos como fundamentais como Pedro Mendes, Maniche e Liedson.

No entanto parece-me que o modelo ideal para jogar com estes seis homens é o 4x4x2 em losango, isto porque já se viu que Valdés rende mais no meio, enquanto Postiga descaído para a esquerda é um desperdício, ainda por cima quando se sabe que Liedson se sente mais à vontade se tiver alguém próximo dele na frente. Daí para trás já se sabe que Pedro Mendes é um senhor à frente da defesa, enquanto André Santos pode perfeitamente fazer-se no lugar de interior direito, deixando a Maniche as mesmas funções, mas no lado contrário.

Não tem sido esse o entendimento de Paulo Sérgio, que parece preferir jogar com três avançados abertos na frente de ataque, e um meio-campo onde não há ninguém capaz de encurtar as distancias com a linha avançada, pois já se sabe que Maniche já não tem pedalada para grandes correrias.

No jogo com o Porto resultou bem, na 1ª parte, porque a equipa não deixou o adversário pegar no jogo, e os avançados fizeram um grande trabalho, com muito espírito de sacrifício, mas quando for preciso desmontar defesas muito povoadas e organizadas à boa maneira portuguesa, vai sem muito complicado.

Ontem frente ao um Lille sem grandes preocupações defensivas, o Sporting fez uma 1ª parte agradável, acabando por ser recompensado com um golo do improvável Polga. Depois do intervalo, perante a reacção dos franceses, a equipa aguentou-se bem, porque com este meio-campo a organização defensiva fica mais forte, no entanto a saída para o contra-ataque está pouco trabalhada e revelou-se inconsequente. Mas este está longe de ser um tipo de jogo que encante, pelo que estou convencido que o Sporting só tinha a ganhar com o regresso do losango, não devendo Paulo Sérgio ter medo de fantasmas, até porque depois de tantas experiências, mais uma não lhe fazia mal nenhum.

Ainda sobre este jogo duas notas: A primeira sobre a arbitragem. Como é possível que seis homens não vejam coisas tão evidentes como aquela mão de Postiga antes do golo do Sporting, ou um penalti sobre o mesmo jogador? De resto a arbitragem foi tão má e sem critérios, que não há explicação. A segunda vai para a teimosia em acertar nos ferros das balizas adversarias, desta vez foram duas, já lhes perdi a conta, mas devem ser quase tantas como golos.

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