Quem não mata, morre

Manuel Machado tinha prometido e cumpriu, apresentando em Alvalade uma equipa desinibida e ambiciosa, enquanto Paulo Sérgio recuperava o onze que tinha dado boa conta de si em Leiria.

O resultado foi um bom jogo de futebol, com o Sporting a aproveitar os espaços e a realizar uma excelente 1ª parte, talvez a melhor da temporada, marcando dois golos, mesmo que um deles tenha sido fantasma e precedido de falta, e tendo várias oportunidades para matar o jogo.

Na 2ª parte repetiu-se o que já tinha acontecido em Leiria, a equipa passou a fazer aquilo que habitualmente se chama de controlar o jogo, ou seja reduziu a intensidade do mesmo, juntou as linhas, tentando sair rápido no contra-ataque.

A estratégia até fazia sentido, pois a vantagem desta vez era de dois golos, e mesmo que do outro lado estivesse uma equipa bastante melhor do que o União de Leiria, a verdade é que estava a funcionar bem até à expulsão de Maniche.

Agora é fácil dizer isto, mas a verdade é que no meu sofá eu já há muito que reclamava a substituição do nº 8 leonino, quando ele perdeu a cabeça e pontapeou um adversário. Maniche fez ontem uma exibição que só é possível num dia daqueles em que nem se deve sair de casa. Começou por demorar muito a aparecer no jogo, logo ele que costuma ser o patrão desta equipa, depois quando apareceu, foi para falhar passes e remates fáceis, e até perder bolas tolas, o que motivou os primeiros assobios da noite, quando a equipa até estava a fazer um excelente jogo. Depois começou à procura do amarelo, já a pensar no jogo com o FC Porto, e acabou por levar um vermelho que o deve afastar do mesmo.

Este desvario de Maniche foi fatal para a equipa, mas porra só faltavam 20 minutos para acabar o jogo, e mesmo com 10 jogadores nada justifica o descontrolo que se apoderou da equipa, que tremeu por todos os lados, desmoronando-se completamente, e acabando por perder um jogo que estava praticamente ganho.

Notas positivas para Valdés que parece ter encontrado o seu espaço, e para Vukcevic que voltou às boas exibições, em contraponto com a permissividade de uma dupla de centrais que tarda em acertar. Carriço ainda não tem estaleca para ser o líder, e precisa de um parceiro mais experiente que não é Torsiglieri. O argentino até tem dado boas indicações mas voltou a meter água em lances decisivos, mas o seu parceiro do lado também ajudou à festa vimaranense.

Agora parece-me que há que redefinir objectivos, deixando assentar a poeira, para retirar ilações dos erros cometidos e aproveitar o muito de bom que está feito, pois esta equipa tem bons princípios de jogo, embora lhe falte consistência e qualidade, mas com trabalho e alguns retoques até pode melhorar.

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