Os fantasmas de Guimarães

Depois da dolorosa derrota da passada 2ª feira, Paulo Sérgio apenas trocou Torsiglieri, que tinha dado algumas barracas, por Polga, dando assim um voto de confiança a uma equipa que apesar do resultado desastrado, tinha dado boas indicações com aqueles que na minha opinião, foram os melhores 45m da temporada.

A 1ª parte do jogo de Coimbra deu razão o técnico leonino, com a equipa a responder com uma exibição que não sendo brilhante, foi agradável, novamente com Valdés na batuta, e um Vukcevic em bom plano. Assim chegou-se ao intervalo com um tranquilizante e merecido 2-0.

Mas esta equipa parece destinada a sofrer, e não há nada que não lhe aconteça, pelo que tremeu por todos os lados, quando a Académica marcou logo a abrir a 2ª parte, com mais um golo de canto, o que nos leva à velha questão da falta de centímetros, pois com Polga se a defesa ganha em experiência e posicionamento, perde no jogo aéreo e em capacidade de choque.

Com o golo de Fidalgo, os fantasmas de Guimarães vieram imediatamente à memoria de todos, nas bancadas, no campo e no banco, onde Paulo Sérgio reagiu com realismo, fazendo entrar o experiente Pedro Mendes, para dar mais consistência ao meio-campo, e tirando Abel para não correr o risco de ficar outra vez com menos um jogador, situação que de certa forma também estaria na origem da segunda substituição, que levou ao adiantamento de Evaldo e à entrada de Torsiglieri.

Estas alterações e o estado de grande ansiedade em que a equipa ficou, em conjunto com as mexidas feitas por Jorge Costa, levaram o Sporting a recuar, passando a jogar como uma equipa pequena, bem fechada lá atrás, recorrendo muitas vezes ao anti jogo e ao pontapé para a frente, e esperando uma oportunidade para marcar no contra-ataque, até porque com Valdés de novo escondido nas laterais, perdeu-se o homem que estava a mandar no jogo.

Foi feio mas resultou, e Paulo Sérgio afirmou que tivesse a equipa feito o mesmo na última jornada, teria certamente ganho ao Vitória, coisa que não será assim tão licita, pois há algumas diferenças entre o Guimarães e a Académica, que mesmo assim esteve três ou quatro vezes à beira do empate, valendo ao Sporting principalmente Rui Patrício, que em Coimbra esteve livre dos assobios dos palermas que em Alvalade costumam suspirar por guarda-redes como Stojkovic ou Hildebrand.

No entanto dadas as circunstancias actuais, compreendo a opção de Paulo Sérgio, que se calhar não podia fazer outra coisa, embora já se saiba que os mesmos adeptos que o acusaram de não ter sabido reorganizar a equipa para defender a vantagem de dois golos que o Sporting teve sobre o Vitória de Guimarães, agora dizem que acabar o jogo a defender daquela maneira é uma vergonha, e que o Sporting tinha era a obrigação de ir para cima deles e matar o jogo.

Para o fim deixei a arbitragem, que motivou algumas insinuações da parte de Jorge Costa, que disse que já andava muitos anos no futebol e sabia como é que as coisas funcionam, pois sabe, e nós também sabemos que ele sabe, ou não tivesse jogado muitos anos no Porto, pelo que estará habituado a que o deixem jogar e fazer tudo o que quer, só que desta feita mais valia ter estado calado, se erros houve da parte do árbitro, nem foram muitos, e prejudicaram acima de tudo o Sporting.

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