Só de penalti

Depois de duas derrotas seguidas, Paulo Sérgio resolveu alterar o sistema de jogo apostando no 4x3x3, julgo que com a intenção de dar maior consistencia ao meio campo, e de alargar a frente de ataque.

No entanto aquilo que parecia fazer sentido na teoria, na prática não resultou, principalmente porque Liedson sozinho na frente tem muitas dificuldades, e só poderá dar certo se tiver jogadores capazes de se aproximarem dele, vindos de trás.

Por outro lado mesmo com três jogadores no meio, o Sporting não foi capaz de ter a bola, e apenas chegou com perigo à baliza adversaria na sequência de lançamentos longos, pouco habituais nesta equipa, enquanto o Marítimo controlava o jogo à espera do erro do adversário, e tentando explorar o espaço resultante do adiantamento da defesa leonina, obrigando Rui Patrício a jogar quase como se fosse um libero.

Ao intervalo Paulo Sérgio mexeu na sua equipa mesmo sem fazer substituições, voltando à espécie de losango que utilizou com o Brondby, com Vukcevic mais próximo de Liedson, e Yannick nas costas desta dupla de avançados.

Estas alterações resultaram, e o Sporting viveu o seu melhor período no jogo, apesar da ausência de um jogador importante como João Pereira, principalmente neste sistema em que a subida dos laterais é fundamental, o golo esteve então eminente mas não apareceu.

Curiosamente foi nessa altura que o Marítimo teve a sua grande oportunidade, quando finalmente conseguiram meter a bola no espaço entre o sempre adiantado guarda-redes do Sporting, e a sua linha defensiva muito subida, valeu a falta de pontaria de Cherrad.

As entradas de Saleiro para o lugar de Vukcevic, e de Matias Fernandez para o lugar do estreante Zapater, pareceram-me bem vistas, embora ache que teria sido preferível tirar Yannick em vez do montenegrino, mas não se pode dizer que estas alterações tenham funcionado, pois nessa altura ao Sporting já faltava discernimento, e o empate parecia inevitável.

Foi então que aconteceu o impensável, quando o Bruno lampião marcou um penalti indiscutivel a favor do Sporting, no ultimo minuto da partida. Se eu não tivesse visto não acreditava, e foi assim que a equipa se salvou de mais um rombo, mas ainda está muito longe de atingir o nível mínimo exigido a um candidato ao titulo.

Mais uma vez não posso deixar de me referir à falta de qualidade das transmissões televisivas dos jogos do nosso campeonato. É incrível a quantidade de repetições de lances sem interesse nenhum, que nos obrigam a ver, muitas vezes quando o jogo vai decorrendo. Ontem chegou-se ao cumulo de se repetir o momento em que o arbitro tirou as palmilhas das suas botas. É caso para dizer que ou os realizadores destas transmissões não fazem a mínima ideia do que é ver um jogo de futebol na televisão, ou andam a gozar connosco.

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