Uma goleada inesperada

Portugal despachou a Coreia do Norte com uma espantosa goleada de 7-0 que deixou a nossa Selecção com um pé nos oitavos de final, pois agora só uma conjugação de dois resultados totalmente improvaveis, permitiria o apuramento da Costa do Marfim.

Para este resultado sensacional e de todo inesperado, contribuíram três factores fundamentais: em primeiro lugar a maneira como os coreanos encararam o jogo de uma forma totalmente diferente daquela como tinham enfrentado o Brasil, deixando de lado a táctica do autocarro, para enfrentarem Portugal olhos nos olhos, o que chegou a surpreender a nossa equipa, e a criar-lhe alguns embaraços. No entanto o golo tranquilizou os portugueses, e o 2-0 logo a abrir as 2ª parte destroçou completamente os coreanos, tornando o jogo fácil.

Em segundo lugar os nossos jogadores encararam este jogo com grande concentração e respeito pelo adversário, o que como se sabe nem sempre acontece quando vamos defrontar equipas teoricamente inferiores. No entanto desta vez depois da exibição dos coreanos frente ao Brasil, os portugueses prepararam-se para enfrentar um jogo muito complicado, não menosprezando o adversário.

Finalmente as alterações introduzidas na equipa por Carlos Queirós, que resultaram em pleno, principalmente a entrada de Tiago, que confesso foi aquela que menos me agradou à partida, porque estava convencido de que Portugal iria precisar de mais gente na frente, no entanto o médio do Atlético de Madrid, foi a par de Coentrão o melhor jogador em campo.

De resto parece-me evidente que depois da péssima exibição de Danny, a entrada de Simão era inevitável, e que se é para jogar em 4x3x3, é preferível que seja Hugo Almeida o ponta de lança, da mesma maneira que num jogo destes, a capacidade ofensiva dos laterais é fundamental, pelo que nesse aspecto Miguel é superior a Paulo Ferreira, embora o jogador do Valência esteja a milhas daquilo que já foi, e na minha opinião não merecia estar entre os convocados.

Este resultado foi excelente porque apagou os riscos corridos pela equipa com o empate no primeiro jogo, que tornava altamente provável uma decisão do apuramento pela diferença de golos, que agora só em caso de uma tragédia é que não nos será favorável, mas não nos transformou na melhor equipa do torneio, e até poderá ter sido a nossa primeira e última vitória na prova, pois segue-se o Brasil, que mesmo já apurado e podendo rodar alguns jogadores, não vai querer perder o 1º lugar, sendo que depois a Espanha continua a ser o mais provável dos possíveis adversários que se seguem, e sinceramente não estou a ver Portugal com capacidade para ganhar a estas duas selecções.

De qualquer forma o objectivo mínimo está praticamente atingido, pelo o que vier daqui para a frente é lucro, embora eu não acredite muito nisso, mas quem sabe se o Ronaldo explode, ou se esta goleada produz efeitos surpreendentes na equipa, ou até se nos calha nos oitavos de final uma Suiça ou um Chile que não sendo "peras doces" são pelo menos adversários ao nosso nível. Oxalá que sim.

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