Decepcionante

Decepcionante é a palavra que melhor define o futebol que se viu nesta primeira jornada do Mundial da África do Sul, onde assistimos essencialmente a dois tipos de jogos: aqueles em que havendo algum equilíbrio de forças, as equipas se limitaram a jogar na expectativa, procurando acima de tudo não perder, e os outros onde uma das equipas reconhecendo a sua inferioridade defendeu da forma como pode, com duas linhas em cima da sua área, deixando apenas um ou dois jogadores mais adiantados.

Apesar da derrota, a Espanha foi uma das poucas excepções à mediocridade que imperou, pelo que este resultado negativo não me parece preocupante, embora possa até antecipar um confronto indesejado com o Brasil, mas este jogo foi apenas um daqueles em que a bola não quis entrar, mesmo que haja que reconhecer que os suíços demonstraram ser uma equipa adulta e muito bem organizada.

A Alemanha foi quem conseguiu o melhor resultado desta ronda, e consequentemente arrancou muitos elogios, mas descontando o facto de eu não ser um adepto do futebol germânico, devo dizer que não vi razões para tanto entusiasmo. Os alemães valem acima de tudo pela sua mentalidade vencedora, que faz que encarem todos os jogos com a mesma seriedade, pelo que não costumam ter dificuldades quando defrontam equipas mais fracas. Vamos ver como se portam quando o grau de dificuldade aumentar.

A Argentina parece-me a par da Espanha ter o grupo de jogadores com mais talento, de tal forma que até sob o comando de um tipo como Maradona, podem ganhar a qualquer um adversário. É sempre apetecível ver jogar Messi e companhia.

O Brasil vale pelo seu peso e tradição, e pela criatividade de alguns jogadores, que no entanto desta vez são menos do que é costume, daí que Dunga tenha optado por uma estratégia mais conservadora, que na minha opinião só torna esta equipa mais forte.

A Itália é a campeã em título, e apresenta sempre equipas sólidas e muito eficazes, mas desta vez parece-me que lhes falta algum talento e criatividade, que costumam sempre ter, e sem isso não me parece que possam ir muito longe.

Da segunda linha acredito na Holanda, que apresenta sempre um futebol atractivo e tem jogadores de qualidade, no Gana e na Costa do Marfim como representantes do futebol da África negra, já com muitas influências europeias, e até na Coreia do Sul que já vai acumulando alguma experiência nestes torneios, o que lhe permite potenciar as qualidades do seu futebol irrequieto e rápido.

Não acredito muito em Selecções sempre fortes como França, Inglaterra e Portugal, mas os ingleses apanharam um grupo fácil e vão passar sem grandes dificuldades, pelo que depois serão sempre um adversário duro de roer, até porque desta vez tem um bom treinador no banco. Já os franceses e os portugueses vão ter de suar muito para garantir o apuramento, e parece-me que o ambiente que os rodeia não lhes augura um futuro muito prometedor.

Uruguai, Paraguai, Suíça e Sérvia foram os que me pareceram menos maus entre os outros muito fraquinhos.

Vamos aguardar que os jogos da 2ª jornada melhorem, pois até aqui tem sido entediante.

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