Liedson sozinho ou Liedson acompanhado

O jogo de ontem no Restelo foi paradigmático daquilo que eu tenho escrito aqui sobre as opções tácticas de Carvalhal. De facto depois de uma 1ª parte morna em que a bola poucas vezes chegou ao desamparado Liedson, enquanto Yannick sem espaço para fazer uso da sua velocidade parecia outro jogador, bastou uma simples alteração com a entrada de Saleiro que transformou o 4x2x3x1 em 4x1x3x2, para que tudo se tornasse mais simples.

É evidente que cada jogo é um jogo diferente, e que jogar com o último classificado do campeonato não é a mesma coisa do que jogar contra o Porto, ou para a Liga Europa, principalmente em termos de motivação, mas não se pode dar avanço aos adversários, valeu que o Belenenses é uma equipa morta, que depois de sofrer o golo nem teve capacidade de esboçar uma ténue reacção, porque caso contrario jogos como os de Olhão podem repetir-se.

Também temos de perceber que no futebol não há formulas mágicas, e que o Sporting até pode marcar golos com o Liedson sozinho na frente, como pode não marcar com uma dupla de avançados, mas parece-me claro que jogando contra equipas que privilegiam o aspecto defensivo, não faz sentido jogar com o duplo pivot no meio campo, mesmo que Veloso suba um pouco no terreno. Nesses jogos a solução passará sempre por arriscar um pouco mais e assumir as despesas do jogo, sabendo-se que Liedson com companhia na frente é muito mais eficaz, sem esquecer a necessidade de se abrir o jogo nas alas, particularidade onde João Pereira já demonstrou que pode ser um elemento muito importante à direita, restando apenas saber como se poderá fazer o mesmo do lado contrario.

Para finalizar não posso deixar de realçar o feito de Liedson ao marcar 4 golos num só jogo, que até poderiam ter sido 5, é verdade que o adversário não era muito forte, mas é obra de um jogador a quem realmente não se pode pedir mais e acima de tudo não se deve exigir que faça todas as semanas jogos no limite do esforço como aquele que fez contra o Porto.

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