Uma espécie em vias de extinção

Depois de quatro anos em que Paulo Bento foi construindo um plantel à medida do seu 4x4x2 em losango, o Sporting vive agora uma fase de transformações com Carvalhal a perceber que dificilmente se safava com 4x3x3 de sua preferência, e aparentemente a optar por um 4x1x3x2 que evita uma rotura total com o modelo anterior, principalmente feito à medida de Liedson, mas que por outro lado suprime a chamada posição 10, para a qual o Clube investiu forte na contratação de Matias Fernandez, que agora vê o seu espaço reduzido, até porque não é jogador para se encostar ás linhas e no meio tem a concorrência de um João Moutinho muito mais competitivo do que ele, que tem revelado ser um jogador pouco constante, embora com inegável talento.

Eu costumo dizer que os números 10 são uma espécie em vias de extinção no futebol actual, pois regra geral são jogadores pouco virados para o trabalho de equipa, e que só sobrevivem quando fazem efectivamente a diferença. De facto olhando para as grandes equipas do futebol europeu, é cada vez mais difícil encontrar jogadores como Maradona, Platini ou Roberto Baggio, e talvez Kaká seja o último sobrevivente desta espécie.

Por tudo isto também compreendo as hesitações da SAD em relação à renovação do contrato com o jovem nigeriano Rabiu Ibrahim, também ele um nº 10 que dificilmente terá espaço neste futebol moderno e no novo esquema que vai sendo implantado em Alvalade.

Voltando a Matias Fernandez, para já vida está difícil para ele, porque com o losango arrumado na gaveta, e o fracasso das experiências do 4x3x3 com a variante 4x2x3x1, não estou a ver onde é que o chileno vai poder entrar, mas vamos aguardar pelos próximos jogou para confirmar as intenções do novo treinador.

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