A aposta na formação

O inicio de época completamente desastrado do Sporting somado ao arranque entusiasmante do Benfica, levou muitos sportiguistas a entrarem num estado de alta depressão, que em alguns casos ultrapassou os limites do razoável, chegando-se ao ponto extremo de se pôr em causa a política de formação do Clube, porque afinal o que era preciso era investir milhões em craques, pois com orçamentos de centavos e miúdos não se ganha nada.

Espero sinceramente que a Direcção do Sporting ignore completamente esses alarmismos e leve por diante a sua politica sem entrar em loucuras e na defesa dos princípios em que acreditam.

O Barcelona é uma prova de que esta politica pode dar frutos, e embora o Sporting não se possa equiparar ao grande clube catalão porque não tem mercado para gerar receitas que lhe permitam pagar ao nível dos melhores, a verdade é que à nossa dimensão também poderemos colher frutos de um bom trabalho na formação, desde que saibamos valorizar a nossa marca já muito prestigiada nesta área, e aprimorar o funcionamento da linha de produção de Alcochete.

Neste momento já temos Rui Patrício, Daniel Carriço, Miguel Veloso e João Moutinho como valores seguros, que nada ficam a dever às vedetas dos nossos rivais, e que dentro da medida do possível se devem segurar, mesmo sabendo que a partir duma certa altura serão legítimas as suas ambições de irem para os grandes clubes dos melhores campeonatos europeus, desde que estes estejam dispostos a pagar o preço justo por eles.

Não quer isto dizer que não possamos reforçar a equipa com jogadores como Izamailov, Vukcevic ou Fernandez, mas haverá sempre que deixar espaço para irem entrando mais jogadores da Academia na equipa. É claro que nem todos podem pegar de estaca e alguns vão falhar, mas se todos os anos entrarem dois ou três e um acertar, já seria óptimo.

Não se pode é não desistir aos primeiros contratempos, nem começar a invejar a ostentação postiça dos vizinhos, porque este é o caminho certo, o que não quer dizer que não tenha obstáculos. Depois de quatro anos sob o comando de Paulo Bento que deixou muito trabalho feito, chegou a hora de um novo ciclo que se espera tenha no Carvalhal um timoneiro à altura do seu antecessor, que consiga com uma nova forma de estar e de encarar o jogo, continuar a lançar jovens na equipa, sendo que para já Adrien poderá ser o próximo a afirmar-se, beneficiando das alterações no modelo de jogo.

Uma coisa é certa, eu enquanto sportinguista orgulho-me do Clube que somos. e não invejo a porcaria dos outros, é pena que muita gente se deixe influenciar pelos sábios fazedores de opinião que por aí andam ás centenas.

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