Faltou o golo

O derby de ontem foi um jogo muito táctico, um pouco à imagem dos dois treinadores que estavam em confronto, com Carvalhal a apostar em surpreender o seu opositor, deslocando Vukcevic para o lado direito e fazendo entrar Adrien para o meio, o que obrigou Veloso a descair para a esquerda, e acrescentou alguma agressividade à equipa, um factor determinante num jogo destes.

Estas alterações surpreenderam Jesus, e somadas à forma determinada como o Sporting entrou no jogo, resultaram numa primeira meia-hora de ascendente leonino, à qual só faltou o golo.

Na 2ª parte o Benfica entrou melhor, e o Sporting não conseguiu manter o ritmo, havendo alturas em que o jogo parecia estar partido e o golo iminente, faltou no entanto discernimento aos dianteiros no momento de definirem as jogadas, e a segurança dos dois guarda-redes fez o resto, apesar de na ponta final ser visível o desgaste da equipa do Sporting, onde há alguns jogadores pouco rodados e menos soluções no banco, com a agravante da lesão de Abel ter queimado uma substituição ainda na 1ª parte.

O empate acaba por ser um desfecho justo para um jogo em que ambos treinadores acima de tudo não quiseram perder, embora o Benfica tenha perdido dois pontos, e o Sporting tenha ficado ainda mais longe dos lugares da frente.

E como um derby sem casos de arbitragem não é derby, a equipa liderada por Pedro Proença não não ficou imune aos erros. O critério disciplinar do árbitro foi pouco coerente, e David Luís que usa e abusa do seu poderio físico deveria ter sido o primeiro a ser advertido com o cartão amarelo, mas quem acabou por pagar foi Polga, são estas coisas que não se compreendem e que depois por vezes acabam mal com segundos amarelos poupados, ou mostrados sem critério, e com implicações importantes no desenrolar do jogo.

Igualmente decisivos na estratégia do Benfica, são os lances de bola parada à entrada da área, com muitos mergulhos numa constante procura de faltas, que ontem quase deram golo na última jogada da 1ª parte, claramente precedida de fora de jogo que passou em claro.

Para além disso perto do fim do jogo Ramires em posiçãi irregular, falhou à boca da baliza um desvio de uma bola dividida entre um defesa e um avançado, o mesmo tinha acontecido na 1ª parte quando Liedson ficaria isolado, só que aqui o mesmo fiscal de linha deixou seguir a jogada de Ramires, levantou a bandeira.

No lance mais polémico só digo que se a jogada se desenrolasse fora da área o árbitro teria marcado falta e ninguém reclamava, porque a verdade é que David Luís meteu o braço por cima do ombro de Liedson para ficar com a bola, muitos dirão que aquilo não é falta para penalti, e eu até estou parcialmente de acordo, mas isso leva-nos à questão das regras do futebol que se mantém praticamente inalteráveis há quase um século, e que deveriam evoluir para se evitar estas arbitrariedades que se aplicam também ao caso da bola interceptada com o braço por Polga, e à questão da intencionalidade sempre muito complicada de julgar de uma forma objectiva.

Ou seja alguns erros, mas quase todos para o mesmo lado.

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