Chuva de nomes

Era inevitável que após as saídas de Paulo Bento, Pedro Barbosa e Ribeiro Teles, começassem a chover nomes para ocuparem os lugares deixados vagos.

Nobre Guedes para a SAD, Sá Pinto e Carlos Freitas para o futebol, e André Vilas Boas, Co Adriaanse e Manuel Machado para o banco, são apenas alguns desses nomes, talvez os por agora mais falados, e que para ser sincero, não me deixam muito entusiasmado.

A possível subida de Nobre Guedes à Administração da SAD é normal e pouco relevante, até porque o papel de Ribeiro Teles era muito pouco activo, sendo que a sua presença era quase simbólica, por isso passo por cima desta hipotética e até pacifica substituição.

Quanto ao resto já expressei aqui diversas vezes a minha opinião de que o Sporting precisa em primeiro lugar de arranjar um verdadeiro Director Técnico, que Carlos Freitas nunca foi, e que Pedro Barbosa nunca seria capaz de ser, da mesma forma que duvido que Sá Pinto possa vir a desempenhar esse papel, que exige experiência e conhecimentos técnicos alargados. De resto já apontei os nomes de Queirós e Boloni, como sendo exemplos de homens com o perfil adequado para as funções desse cargo mais abrangente que idealizo há muito tempo.

De qualquer forma os cenários que agora se traçam não apontam para esse caminho, pelo que aguardo sem grandes expectativas pelo anuncio do nome que irá suceder ao Pedro Barbosa, sendo que Sá Pinto pela sua personalidade poderá ir de encontro ás exigências da ala mais agressiva dos sportinguistas, enquanto Freitas tem anti-corpos de mais para ser uma opção aceitável, e para falar a verdade nem acredito que o seja, embora ninguém possa negar o bom trabalho que ele está a fazer em Braga, isto por muito que custe a alguns.

De uma forma ou de outra este deverá ser o primeiro passo de Bettencourt, antes de avançar para a escolha do treinador, e não me admiraria nada se Sá Pinto fosse realmente o eleito, tendo logo como primeira tarefa, partilhar com o Presidente a responsabilidade de encontrar o sucessor de Paulo Bento.

Aqui é que a porca torce o rabo, como se costuma dizer. A verdade é que o Sporting não tem dinheiro para ir buscar um treinador de topo, e nem sequer se pode dizer que seja um Clube atractivo para os técnicos consagrados, mesmo que por exemplo Scolari certamente gostasse de voltar a trabalhar em Portugal, mas não estou a ver que para isso esteja disposto a abdicar do seu chorudo ordenado, e a sujeitar-se a ser burro outra vez.

Assim avancemos para cenários reais que podem passar por um salto no escuro como seria uma aposta num jovem ambicioso como Vilas Boas, com todos os riscos inerentes a uma aposta dessas, que não sei se Bettencourt estará disposto a correr, até porque esse é um tipo de jogada que deve ser feito por convicção.

Há também a alternativa de apostar em homens experientes, aqui ocorrem-me essencialmente dois nomes: Adriaanse e Pekerman. O primeiro agradaria aos amantes do futebol de ataque, mas não acredito que sobrevivesse muito tempo no Sporting, onde rapidamente seria crucificado pelas suas loucuras tácticas. O segundo tem uma larga experiência na área da formação, mas falta-lhe experiência em trabalho de clube, talvez pudesse ser o tal Director Técnico com que eu sonho há tanto tempo.

Depois há os portugueses como Manuel Machado, Manuel Cajuda, Carlos Brito, Carlos Carvalhal ou Domingos Paciência, que seriam opções pouco aglutinadoras, os primeiros dois assustam-me para não dizer outra coisa, principalmente ao algarvio que sempre me irritou, os outros são mais novos mas também não iriam entusiasmar ninguém, e o último certamente que nem estaria muito interessado em trocar o primeiro lugar no campeonato pelo barril de pólvora que é o Sporting hoje.

Vamos ter certamente uma semana muito rica em noticias, e provavelmente teremos fumo verde brevemente, mas venha quem vier, está já condenado às criticas dos génios da bola que abundam no nosso Clube, pelo que terá uma tarefa gigantesca pela frente e fazer melhor do que o Paulo Bento não vai ser fácil.

Comentários

  1. Gostaria de deixar a minha opinião quanto a alguns desses nomes já falados.
    Concordo contigo quanto a ter de começar pela estrutura directiva para depois partilhar com eles a escolha do treinador. Confesso que o nome de Ricardo Sá Pinto me agrada para integrar a nova estrutura, mas talvez não para um cargo propriamente como tinha o Pedro Barbosa, mas para um cargo de ligação dos jogadores com a direcção e o treinador. Ele é carismático, guerreiro... poderia ser alguém a dar a cara na protecção do treinador e dos jogadores.

    No entanto ao seu lado deveria ter o tal director técnico... em que os nomes de Boloni e Pekerman me agradariam, (se bem que Boloni até por mim poderia voltar a ser o técnico principal). Mas hoje vem na Bola um nome que em princípio (não tenho a certeza, até pq não conheço muito bem) me agradaria bastante que é Luis Freitas Lobo. É um homem que percebe muito de futebol e conhece jogadores dos 4 cantos do mundo. Se calhar é um teórico e na prática não funcionaria, mas o conhecimento que ele tem do futebol e da qualidade de milhares de jogadores, parece-me que seria muito bem vinda ao nosso departamento de Futebol.
    Penso que ele acompanhado de Sá Pinto para um trabalho mais de campo, de dia a dia, poderia ser o teórico para idealizar pelo menos a estratégia de recrutamento. Se calhar não seria bem aquilo que idealizas num director técnico...

    Depois acima deles deveria haver ainda um administrador, para fazer as negociações e para ser responsável por todo o futebol... não sei se não poderia ser apenas Bettencourt (já que tb já lá está Nobre Guedes), uma vez que é profissional. A trazer alguém novo para este papel só me ocorre o nome de Luis Duque, mas não sei até que ponto isso seria possível...

    (continua)
    Atento_SCP

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  2. Quanto ao cargo de treinador... de facto continua a ser para mim o mais dificil neste momento. Não vejo forma de conseguirmos contratar alguém de grande valor, e de facto, tal como a ti, a mim têm-me assustado alguns nomes que têm vindo a público, começando por Manuel Cajuda. Era alguém que eu não gostava mesmo de ver a liderar a nossa equipa. Manuel Machado não me assusta tanto, apesar de ser alguém de quem não gosto mesmo nada da personalidade. De Vilas Boas tenho ouvido maravilhas, mas como dizes seria uma aposta de alto risco dado que ainda não provou nada.
    Quanto ao Domingos Paciência até penso que não seria mau, mas penso que ele não viria, até porque para além das razões que apontaste, penso que ele está destinado a ir para o Porto, e isso pode ser já na próxima época, ou então na seguinte, Jesualdo não fica mais tempo que isso.

    Portanto nomes que me agradariam... não há muitos... como disse atrás Boloni, para mim seria bom. Não é fantástico líder, mas penso que é muito bom a nível técnico e no desenvolvimento de jovens...

    Depois agradaria-me a escola holandesa, sendo que Frank Rijkaard seria um nome fantástico mas já vi que está no Galatasaray.. por isso lembrei-me agora de Van Basten que está livre, mas claro que qualquer destes nomes esbarraria no aspecto financeiro, por isso não sei...
    E já agora Co Adrianse, apesar de o achar bom treinador, tb acho que não gostaria, dado que me parece ter muito mau feitio e iria causar muitos anticorpos...

    Concluíndo, este é um caso muito bicudo, que espero ver bem resolvido rapidamente.

    Saudações Leoninas,
    Atento_SCP

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  3. Realmente se for para ter um Director de Futebol ou um Administrador na SAD para essa área, então sem dúvida que o Luís Duque seria um nome muito forte, talvez mesmo imbatível no universo sportinguista. Não sei é se ele está disponível, nem se vai à bola com o Bettencourt, e vice-versa.

    Quanto ao Freitas Lobo é verdade que ele percebe muito de futebol e conhece imensos jogadores, embora fale bem de todos, mas não me parece que seja isso que nós precisamos, a não ser que ficasse assim como um súper olheiro que teria de ter sempre alguém acima de si, pois em termos de experiência de balneário e movimentações no mercado, é zero.

    Sá Pinto terá a seu favor o facto de ser uma figura carismática e consensual entre os sportinguistas, tenho quase a certeza que ele vai fazer parte da nova estrutura, não sei é exactamente em que posição.

    Em relação ao treinador eu sempre disse que não iria ser nada fácil substituir o Paulo Bento. Hoje no Record diz-se que vai ser português e experiente, o que me fez lembrar de Manuel José que sempre seria preferível a outros "manueis", no entanto acho que eles em primeiro lugar vão resolver a questão o Director Desportivo e por isso parece-me que por agora os jornais estão a atirar nomes de que qualquer um de nós se poderia lembrar

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  4. Exactamente, o papel do Luis Freitas Lobo que eu estava a idealizar, seria mais esse de "Super-Olheiro", também não estava a ver a envolver-se nas negociações (embora tenha lido hoje que é formado em Direito). Eu diria até que ele ficaria bem sob a alçada de um Luis Duque. Quanto a essa questão de Duque ir à bola com JEB, tb tenho dúvidas, até porque ouvi umas declarações críticas dele pouco antes da saída de Bento.

    Eu veria com bons olhos o Sá Pinto como director de campo (aquele que está sempre no balneário e vai pro banco), o Freitas Lobo com esse papel, e o Luis Duque como administrador para o futebol. Se bem que não sei se esse papel não poderia ser assumido pelo próprio JEB.

    Quanto ao treinador, também confesso que desse grupo de portugueses experientes, Manuel José é o que mais me agradaria, mas sinceramente não o estou a ver a largar os milhões que recebe em Angola para se vir "enterrar" no Sporting neste momento...
    Diria até que sem ser ele, e se a aposta for num português, preferia o Villas Boas. Se for estrangeiro tem de ter créditos firmados (o que parece quase impossível de contratar neste momento).

    Saudações Leoninas,
    Atento_SCP

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  5. Confesso que esta história do treinador português e experiente já me está a preocupar, pois nenhum dos nomes que me ocorrem me entusiasma, e alguns até me deprimem.

    Mas o problema também passa por saber quem estará disposto a arriscar-se a ser imolado no meio da guerra que se vive em Alvalade

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