Até quando?

Os play-off de apuramento para o Mundial foram proveitosos para a nossa Selecção, que não se atemorizou com a postura bélica dos bósnios, e conseguiu confirmar um apuramento que chegou a estar muito, muito complicado, mas é preciso não esquecer que a introdução da figura dos cabeças de serie à última da hora, acabou por nos beneficiar, embora como é evidente a ideia fosse proteger os franceses, que parece que tinham de estar na África do Sul fosse de que maneira fosse.

Não tenho nada contra essa coisa dos cabeças de serie, mas as regras tem de estar definidas antes do começo da competição, e a introdução desta medida depois de conhecidas as selecções condenadas à "negra", só vem confirmar que os senhores da bola não tem pudor absolutamente nenhum, e não olham a meios para atingir os seus fins, compreendendo-se assim a sua relutância em aceitar a introdução dos meios tecnológicos como forma de ajudar os árbitros, e defender a verdade desportiva, que não lhes interessa para nada.

O escandaloso golo de Henry que apurou a França para o Mundial, foi apenas mais um capitulo no longo rol de erros de arbitragem que adulteraram a verdade desportiva, e mesmo que a Irlanda não estivesse em vantagem naquela altura e não fosse possível prever como aquilo ia acabar, podendo até ser nos penaltis, a verdade é que foi aquele golo que resolveu a questão, mas que pelo menos teve a virtude de trazer a lume a discussão sobre o vídeo-árbitro, vamos assim chamar-lhe.

Esta é uma solução que me parece terá de ser rapidamente estudada e experimentada, e em relação à qual vejo poucos inconvenientes e muitas vantagens, a começar pela protecção dos próprios árbitros, e na redução das suspeições.

Na verdade mesmo que aquele árbitro não tenha visto a garotice de Henry, nunca vais se vai livrar do estigma resultante desse momento infeliz, e atendendo aos protagonistas, poucos acreditarão no sua inocência.

Ainda estou à espera é que me expliquem o porquê da intransigência de Platini e companhia em relação a uma medida que depois de bem estudada, seguramente só traria benefícios ao jogo, e por mais voltas que dê à cabeça não me ocorre outra que não seja a da defesa dos poderes de influenciar por fora o desfecho dos jogos, é que todas as outras que já ouvi fazem pouco sentido, ou não tem pés nem cabeça, a começar por aquela ridícula ideia de que depois os adeptos não teriam o que discutir no dia seguinte, passando pela desculpa de que os jogadores também erram, e terminando na assustadora ideia de daí iriam resultar quebras no ritmo do jogo.

Meus senhores nós os adeptos queremos discutir as grandes jogadas e não os grandes roubos, e não se podem comparar os erros dos árbitros, com os dos jogadores, até porque se uns poderão ser corrigidos e reduzidos se os homens do apito puderem contar com a ajuda de quem vê tudo o que nós vemos em casa, não estou a ver como é que os outros poderiam ser evitados, pois não há tecnologia nenhuma que possa evitar um frango, ou um penalti falhado.

De resto não queremos o jogo interrompido a toda a hora para se ver as repetições, basta usar a tecnologia do "olho do falcão" para determinar de a bola está dentro ou fora, deixar os foras de jogo inteiramente a cargo do vídeo árbitro, questões que apenas motivariam a paragem do jogo quando efectivamente houvesse irregularidade, e finalmente permitir que os lances mais discutíveis possam ser esclarecido com a ajuda das repetições. Pronto era só isto e acabavam-se a maioria dos grandes erros de arbitragem.

Como grande apaixonado pelo futebol espero não morrer ser antes ver o jogo dar esse salto, embora saiba que se calhar isso só vai ser possível depois de "morrerem" muitos daqueles que continuam agarrados aos seus poderes, e habituados a ganhar e a manobrar à custa deles. Até quando?

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