Um dia de muita sorte

Hoje volto à Selecção que de repente passou de quase eliminada para quase apurada, uma alteração para a qual muito contribuiu Liedson com os seus golos e o seu espírito de luta, mas que resultou principalmente de um dia quase perfeito para as nossas aspirações, de tal forma que até Carlos Queirós deve ter acreditado que o seu azar está a acabar.

Tudo começou na longínqua cidade de Dnepropetrovsk onde a Ucrânia derrotou a Inglaterra quase garantindo o 2º lugar no seu grupo, afastando assim a Croácia, o que permitirá a Portugal ascender à condição de cabeça de serie nos "play-off", evitando assim adversários complicados como seriam França, Rússia e Grécia.

Quase ao mesmo tempo em Copenhaga a Dinamarca dava a estocada final na Suécia, num jogo de muitos nervos, permitindo assim que finalmente Portugal passasse a depender apenas dos seus resultados para continuar a sonhar com o apuramento.

Quando tudo parecia perfeito quase fomos surpreendidos por uma Hungria disposta a tentar fazer aquilo que não tinha sido capaz em Budapeste, mas aquele era o nosso dia de sorte. Ronaldo mesmo ao pé coxinho lá tirou um coelho de uma cartola onde nada se via, e apesar de Portugal não ter aproveitado essa embalagem que fez tremer os húngaros, e de ter sentido muito a saída do seu Capitão, a bola não quis entrar na baliza de Eduardo, e depois na 2ª parte até fomos capazes de sobreviver aos riscos de jogar no fio da navalha e com demasiada ansiedade, até que Liedson finalmente resolveu.

Agora falta ganhar a Malta e esperar que a Ucrânia faça o mesmo em Andorra, e depois logo se verá quem nos calha em sorte, sendo que já agora que a maré está a favor, vamos evitar os nossos "amigos" ucranianos, restando-nos Bósnia, Irlanda e Eslovénia ou Eslováquia, adversários à partida acessíveis, principalmente se os compararmos com aqueles de que escapámos ao ter o estatuto de cabeças de serie no sorteio.

De qualquer forma esta Selecção de Queirós continua a ter alguns problemas para resolver. No sábado vimos jogadores como Bosingwa, Meireles e Deco numa forma miserável, enquanto na baliza e no lado esquerdo da defesa continuamos sem ter jogadores ao nível dos restantes. Talvez ainda seja cedo para lançar Rui Patrício, mas penso que brevemente a camisola nº 1 será dele, e é pena que o Veloso faça cara feia quando o Paulo Bento o coloca no lado esquerdo da defesa, é que depois da excelente exibição de Pedro Mendes, não se está a ver outra hipótese dele entrar nesta equipa, que não seja por esse lugar maldito.

Mesmo assim estamos cada vez mais perto da África do Sul, e agora já nem é preciso outro dia de sorte, basta que não se repitam os dias negros de Carlos Queirós, nem alguns dispates que temos vist.

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