A lógica do futebol

Pois é Portugal ontem fez um jogo quase tão mau como aquele que tinha feito no final da época passada na Albânia, mas o que é certo é mais uma vez ganhou, ao contrário do sucedido nos dois jogos com a Dinamarca, onde realizou as exibições mais vistosas dos últimos tempos.

Seria caso para dizer que mais vale jogar feio e ganhar, do que dar espectáculo e perder, o que também não quer dizer que para ganhar seja preciso jogar mal, ou que praticar bom futebol não seja a melhor forma de se estar próximo das vitórias.

No entanto a realidade é que o futebol é um jogo, e como tal depende de vários factores aleatórios que escapam às explicações dos grandes teóricos da bola, ou dos simples curiosos como eu.

Em Budapeste frente a uma equipa muito agressiva no mau sentido, e que se plantou à frente da sua área, estava criado o cenário típico dos jogos que Portugal não consegue ganhar, mas na primeira vez que a bola foi à baliza, entrou e tudo se resolveu tranquilamente, porque os húngaros nem tentaram reagir, limitando-se a esperar por um daqueles acasos da sorte, enquanto os portugueses geriam a posse de bola a olhar para o relógio, e com muito receio do azar que parece associado ao nosso seleccionador nacional.

Um pouco mais a sul a Suécia voltou a ser brindada com um golo caído do céu aos trambolhões, e agora vamos ter de esperar que a roleta volte a andar em Outubro, ou até quem sabe nos tenhamos de sujeitar a uma última jornada onde será preciso fazer muitos golos, precisamente aquilo onde temos falhado.

No fim das contas haverá sempre uma explicação para aquilo que falhou, mesmo que aquela bola que bateu nas costas não sei de quem e se espetou na baliza do Quim nos últimos instantes do jogo de Alvalade frente aos dinamarqueses bem pudesse ter ido parar a outro lado qualquer o que iria alterar muitas teorias apesar de tudo ter sido feito exactamente da mesma maneira.

É ingrato este jogo sem lógica que nos faz sofrer.

Comentários