Liedson e o losango na Selecção

Hoje para variar vou escrever sobre a nossa Selecção, embora o 4x4x2 em losango e Liedson tenham muito a ver com o Sporting.

Quando Carlos Queirós optou por chamar o "levezinho" e ao mesmo tempo abandonar o tradicional 4x3x3 em que a nossa Selecção joga há alguns anos, para apostar no famoso "losango" no qual o avançado luso-brasileiro do Sporting assenta como uma luva, por certo que ninguém imaginaria que o seleccionador nacional fosse deixar Liedson no banco, para jogar na frente com Ronaldo e Simão, dois excelentes jogadores, mas que fogem muito da área.

Apesar disso Portugal realizou uma excelente 1ª parte, chegando mesmo a massacrar os dinamarqueses, mas voltou a falhar na finalização, que afinal era a grande razão para se apostar em Liedson, que ficou no banco quando poderia ter sido a solução para a única coisa que faltou a este Portugal.

O resultado ao intervalo tinha um amargo sabor a injustiça, perante tamanho caudal de futebol de ataque produzido por Portugal, contra duas oportunidades de golo da Dinamarca, que aproveitou uma.

Foi então que Queirós resolveu finalmente lançar o "levezinho", mas quiçá para não ser acusado de ser pouco arrojado, não quis tirar um avançado, e preferiu regressar ao 4x3x3, com Liedson sozinho na área no meio dos "latagões" dinamarqueses.

A emenda foi pior do que o soneto, e Portugal perdeu o controle do jogo, sem ganhar nada na frente, e assim se desperdiçaram 25 minutos da 2ª parte, em que se do outro lado estivesse uma equipa mais forte, seguramente que tudo teria ficado resolvido ali.

Com a entrada óbvia de Nani para o lugar do desastrado Simão, Portugal voltou ao losango, e Liedson teve finalmente companhia na área, e apesar da visível ansiedade que se ia apoderando da equipa, que se somava ao natural desgaste físico, particularmente evidente em Ronaldo, os dinamarqueses foram novamente encostados à sua área.

Já em desespero de causa Queirós arriscou tudo com a entrada de Nuno Gomes, passando a jogar com um linha de quatro avançados, e finalmente Liedson justificou a chamada com um golo, e poderia mesmo ter operado o milagre, quando nos últimos instantes se libertou de um defesa adversário, mas rematou fraco.

Enfim foi mais do mesmo, jogamos bonito mas falhámos uma enormidade de oportunidades de golo, enquanto o Prof. Queirós que continua a confirmar a sua triste sina de "pé frio", reclama do azar e das arbitragens, restando-lhe agora fazer contas, uma vez que a sua racionalidade não lhe permitirá recorrer à Nossa Senhora do Caravagio, da qual seguramente muitos críticos do Scolari já tem saudades.

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