Guarda-redes

A aposta de Paulo Bento em Rui Patrício, foi sem dúvida uma suas das decisões mais corajosas e arriscadas, desde que ele assumiu o comando da nossa equipa principal, e custou-lhe muitas criticas e alguns pontos, porque como todos sabemos a posição de guarda-redes é de grande responsabilidade, e geralmente os guardiões só atingem o nível máximo das suas carreiras, perto dos 30 anos, pelo que meter um miúdo de 19 na baliza do Sporting, tem muito que se lhe diga.

Paulo Bento -lo porque conhecia bem o "Marrazes" e seguramente porque acreditava muito nele, e Rui Patrício apesar da natural "tremideira" dos primeiros jogos e de alguns frangos, nunca se atemorizou, e demonstrou sempre grande personalidade, reagindo muito bem à pressão dos adeptos mais impacientes e respectivos assobios e criticas.

Se na primeira época ficaram algumas dúvidas sobre a qualidade do novo nº 1 do Sporting, na segunda a evolução foi notória, mesmo que as dificuldades nos cruzamentos ainda sejam visíveis, mas estamos a falar de um jovem com 21 anos, e com duas épocas de sénior, que tem uma enorme margem de crescimento, de tal modo que me arrisco a dizer que poderemos ter ali guarda-redes para chegar aos anos vinte deste século, a não ser que a sua evolução seja tal que desperte o interesse dos grandes clubes europeus, mas para já deve ser encarado como uma das traves mestras da tal grande equipa que eu gostava de ver nascer e crescer em Alcochete, e portanto deve ser devidamente valorizado.

Sendo assim a baliza não é um problema nesta altura, e logo não há grande necessidade de nos preocuparmos muito com ela, até porque no banco temos o experiente e respeitado Tiago, uma espécie de eterno suplente que dá sempre jeito ter num plantel, pelo que as sucessivas renovações do seu contrato não surpreendem ninguém, e seguramente que se irão repetir.

Mas convém não descurar o futuro, e há quem diga que Vítor Golas ainda é melhor do que Rui Patrício, no entanto a vida é feita de oportunidades, e o "Marrazes" está a agarrar a sua com ambas as mãos, restando ao jovem guardião brasileiro rodar, ao que parece no Real Massamá, e esperar pela sua vez, trabalhando para daqui a dois ou três anos, já mais rodado, justificar a entrada no plantel, onde para já Ricardo Baptista é o terceiro guarda-redes, e não parece capaz de chegar mais longe.

Nos juniores este ano vamos ter os internacionais Rúben Luís e João Figueiredo, jovens cujo o valor desconheço, mas atendendo a quem está à frente deles, não vai ser fácil chegar lá acima. Nos escalões mais abaixo ainda é mais complicado arriscar previsões, pelo que fico por aqui.

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