Se eu votasse

Como é óbvio a minha condição de ilhéu é uma barreira que limita as minhas possibilidades de votar nas eleições de hoje, mas mesmo assim não posso deixar de reflectir sobre a opção que tomaria caso pudesse ir às urnas, e tal como há três anos atrás tenho algumas reservas em relação a ambas as candidaturas apresentadas, mesmo que desta vez os candidatos me pareçam bem melhores do que os de 2006.

Nessa altura eu teria votado em Abrantes Mendes apesar de não simpatizar muito com ele, pois parece-me um "espalha brasas" sempre pronto a falar quando as coisas correm mal em Alvalade, e nem tão pouco acreditava muito nas suas propostas e no seu programa. A minha motivação era apenas impedir a venda do património programada por Soares Franco, que tal como eu previa, apenas serviu para tornar o Sporting mais pobre, não resolvendo o problema do passivo.

Passados três anos hoje eu votaria em José Eduardo Bettencourt, talvez com um pouco mais de convicção, porque acredito que ele poderá vir a ser um bom Presidente, mas as minhas reservas em relação à reestruturação financeira mantém-se, principalmente porque nesta área não acredito em milagres, até porque aqui o pior já foi feito e não há retorno possível.

No entanto tal como em 2006 agora há um factor decisivo para a minha tendência de voto, que neste caso é o futebol, uma área em que na minha opinião o Sporting está no caminho certo, e para a qual Cristóvão não me parece estar minimamente preparado, conforme facilmente se depreende de tudo o que ele fez e disse sobre esta matéria. Paulo Cristóvão quer mudar praticamente tudo, deitando por terra o muito que de bom está feito, com todos os riscos daí resultantes, que podem levar a um retrocesso de muitos anos, isto numa das poucas áreas onde ultimamente se deram passos em frente.

Assim principalmente em defesa da estabilidade do nosso futebol, eu apostaria em Bettencourt, mesmo sabendo que pouca coisa vai mudar, mas os riscos inerentes à entrega do Clube a um grupo de sócios inexperientes e pouco preparados assustam-me muito, até porque com eles para além de se voltar à estaca zero no futebol, adivinham-se novas guerras internas, resultantes da já prometida caça às bruxas reclamada pela ala fundamentalista da oposição, que exige sangue e se alimenta de ódios que nada de bom nos podem trazer.

Portanto prefiro dar uma nova oportunidade à "oligarquia", que talvez seja a última, pois acho que se Bettencourt não conseguir dar a volta por cima, mais ninguém o conseguirá, e terá inevitavelmente de se abrir um novo ciclo, que no entanto nunca deverá partir da divisão do Clube em dois, terá sempre de resultar de uma perspectiva de unificação. Mas até lá vamos esperar que tudo corra bem.

Comentários

  1. """""""""""""""""Portanto prefiro dar uma nova oportunidade à "oligarquia", que talvez seja a última, pois acho que se Bettencourt não conseguir dar a volta por cima, mais ninguém o conseguirá"""""""""""""""""""

    LOOOL

    Que visão tão cândida to-mane. Ainda há 2 semanas JEB dizia que Rogério Alves não estava preparado, mas que dentro de 4 anos estaria em condições de ser um bom presidente.

    Chamem-lhe oligarquia, chamem-lhe Monarquia, chamem-lhe o que quiserem. Para mim cada vez mais se reduz a uma palavra: vergonha. Ou falta dela, consoante o lado de que se vejam as coisas.

    Se 13 anos não foram suficientes para abrir os olhos aos sportinguistas, nem a eternidade será.

    abraço

    ResponderEliminar

Enviar um comentário