Os emprestados

Parece-me indesmentível que o Sporting trabalha muito bem na formação, de tal forma que penso que actualmente somos um Clube conhecido lá fora principalmente pela excelência dos jogadores que saem da nossa Academia, no entanto estranhamente cá dentro não somos reconhecidos da mesma maneira, de tal forma que muitas vezes temos dificuldade para colocar os nossos jovens acabados de sair dos juniores, se bem que nas ultimas épocas já conseguimos meter um ou outro jogador destes em clubes das ligas profissionais, o que não aconteceu por exemplo com Veloso e Yannick, que andaram na 2ª divisão.

Carlos Saleiro e André Marques ao que tudo indica vão ser integrados no plantel principal do Sporting, o primeiro já leva quatro épocas de sénior, enquanto o lateral esquerdo completou agora a terceira época de rodagem, mas nenhum deles jogou tanto como seria desejável, ao contrário de Pedro Celestino, que no entanto parece que ainda não vai ter a sua oportunidade.

Há ainda outros casos como o de Tiago Pinto que já conseguiu chegar à Liga principal, mas que ao que parece prefere desligar-se do Sporting, ou ainda João Gonçalves que teve o azar de se lesionar quando estava num bom momento no Olhanense, sem esquecer Fábio Paim que caminha para passar ao lado de uma carreira que chegou a ser promissora, mas que agora até tem dificuldades em encontrar clube.

Dos jogadores que se estrearam esta época nesta roda dos empréstimos, julgo que só o Bruno Matias e o André Santos terão hipoteses de um dia regressar a Alvalade, mas não vai ser tão cedo assim, o mesmo já não diria daqueles que vão dar o salto para os seniores esta temporada, pois tenho excelentes referências de Vítor Golas, Pedro Mendes, Andrè Martins, Diogo Amado, Wilson Eduardo e principalmente de Diogo Rosado, de quem até há quem diga que deveria transitar já para o plantel principal. Isto sem esquecer Rui Fonte que regressa de Inglaterra com outra bagagem, o que lhe deve permitir um lugar num bom clube.

Perante este cenário consta que o Sporting terá estabelecido um acordo com um clube da primeira divisão belga, onde poderá colocar alguns destes miúdos a rodar, uma opção que terá algumas desvantagens, como sejam as questão de adaptação e das maiores dificuldades em acompanhar de perto a evolução dos jogadores, mas o Daniel Carriço teve de ir para o Chipre para jogar e não foi por causa disso que se perdeu.

Penso que acima de tudo há que ter muito cuidado na escolha dos clubes e dos treinadores que vão receber os nossos, rapazes, para não se voltarem a repetir casos como o do Carriço que foi parar às mãos do Álvaro Magalhães, sendo que aparentemente, Fátima, U. Leiria e talvez o Olhanense, podem ser boas opções, mas precisávamos também de ter mais treinadores de confiança em bons clubes portugueses.

Uma coisa é certa, a maior parte destes miúdos precisa de jogar e de ganhar calo antes de chegarem ao nosso plantel principal, pelo que estes empréstimos não fazem mal a ninguém e os regressos de Saleiro e André Marques servem como um sinal de incentivo a todos os que estão emprestados, ou o vão ser. Se trabalharem e não desistirem, pode ser que um dia chegue a vez deles.

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