Deixem-nos trabalhar

Desenrolado e terminado o novelo das eleições, agora é tempo da novela das transferências, que leva alguns adeptos sportinguistas a entrarem quase em histerismo, perante tantas noticias sem que nada se concretize, ou como se costuma dizer: "muita parra e pouca uva".

Neste momento a situação parece-me clara e nada preocupante, pois ao que tudo indica está tudo praticamente acertado em relação a Matias Fernandez, mas a prudência manda que estas coisas só sejam anunciados depois de estar tudo preto no branco, portanto que aguardar com tranquilidade que se acertem todos os pormenores e a chegada do jogador, que me parece ser uma boa opção para uma das posições mais carenciadas da equipa.

Daí para a frente penso que tudo dependerá da venda de jogadores, que permita um encaixe financeiro suficiente para que se possa atacar o mercado, ora aqui também me parece claro que o Veloso era o jogador que poderia ser a chave para este problema, não só porque ele quer sair, mas também porque nesta altura não goza de um ambiente muito favorável em Alvalade. A verdade é que não havendo interessados e ofertas concretas, resta tentar recuperar o jogador e integrá-lo no plantel, onde pode ser útil se aprender que não ganha nada com amuos, e que se quer mesmo dar o salto, vai ter que confirmar o seu valor no Sporting onde o Miguel Veloso de 2006/08 é bem vindo.

Sem dinheiro, a contratação do substituto para Derlei passa a ser mais complicada, e neste caso o recurso a um jogador emprestado pode ser a melhor solução, mas este é um mercado onde é preciso ter muita paciência, pois a prioridade dos clubes é vender e só no fim é que se vê o que sobrou. De qualquer forma não será pelo facto de um jogador chegar mais tarde ao plantel, que a época ficará em perigo.

O verdadeiro perigo está na possibilidade de se perder jogadores chave na estrutura da equipa, e aqui devo dizer que em relação a João Moutinho só admito a sua saída mediante o pagamento da clausula de rescisão, porque contra isso não há nada a fazer, mas daí para trás nem deve haver conversas.

É minha convicção que a politica correcta para o futebol do Sporting é aquela que tem sido seguida nos últimos anos, e que assenta na construção de uma base solida e estável que se vai retocando aqui e ali conforme as necessidades, ao mesmo tempo que se continua a apostar nos jogadores da Academia.

Esse é o caminho certo; segurar tanto quanto possível os melhores jogadores, contratar pouco mas bom, sem esquecer que na linha de produção de Alcochete há muitos miúdos para valorizar e aproveitar.

Se deixarem a Direcção, a SAD e esta equipa técnica trabalhar, estou certo que mais tarde ou mais cedo iremos colher os frutos desejados.

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