As apresentações e mais um candidato

Ontem foi o dia escolhido para a apresentação das candidaturas de Pedro Souto e Paulo Cristóvão à Presidência do Sporting Clube de Portugal, e para já pode-se dizer que o segundo está a ganhar por um a zero.

Tal como se esperava as listas de Cristóvão não tem nomes sonantes o que não é necessariamente mau, pois o Sporting necessita de gente nova, mas também me parece que esta candidatura necessita de ganhar visibilidade, e de se tornar mais apelativa para a comunicação social, sem a qual não chegará aos sócios.

No geral achei que a apresentação foi positiva, com o candidato a mostrar grande à vontade e a evitar o estilo trauliteiro do "bota abaixo", recusando falar dos seus potenciais concorrentes eleitorais e mostrando cautelas em relação à equipa do futebol, que ainda está em competição.

Há no entanto algumas questões que terão de ser explicadas, a começar pela promessa de diminuir o passivo do clube em cerca de 30 milhões de euros, sem recurso à venda do património, e assegurando a maioria do capital da SAD, uma matéria sobre a qual Paulo Cristóvão disse ser preciso ter recato, para fugir às explicações sem as quais não vai convencer ninguém.

A promessa de construção de um pavilhão julgo que será comum a todos os candidatos, mas parece-me pura demagogia dizer-se que vai ser feito junto ao estádio José Alvalade, sem garantias de que tal seja realizável.

Há ainda uma questão que julgo estar a ser mal avaliada pela lista da oposição, que aponta a evidente necessidade do regresso a casa dos sócios que desmobilizaram, no aparente convencimento de que essa desmobilização resulta apenas do desencanto com a actual Direcção. Ora parece-me uma campanha de recuperação e angariação de sócios para ser bem sucedida necessitará de procurar um universo de sócios muito mais vasto do que esse.

Em suma acho que para principiar não estiveram mal, mas tem um longo caminho a percorrer e não podem ficar à espera que seja a comunicação social a fazer o trabalho que é deles.

Quanto a Pedro Souto que até aqui tinha vindo a marcar pontos e que tal como eu tinha previsto já piscou o olho a Rogério Alves, teve um arranque muito frouxo, denotando algumas dificuldades em termos de comunicação, que são naturais atendendo ao facto de ser um novato nestas lides com as câmaras e microfones, situação que ainda terá tempo para corrigir, mas principalmente foi muito vago em tudo o que disse, e nem um nome apresentou, o que julgo que significa que ainda anda a pescar, mas vai ter que começar a mostrar serviço rapidamente, para não se atrasar.

Entretanto os jornais de hoje anunciam Carlos Barbosa da Cruz como o provável candidato da continuidade, numa altura em que a situação parece estar a fazer um esforço para encontrar um nome que permita manter a equipa unida, e que mesmo que seja um desconhecido como este, partirá sempre com larga vantagem nesta corrida. Mas para já parece que ainda falta o apoio de Rogério Alves que se assume como um trunfo com grande peso neste jogo.

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