A renovação de João Moutinho

João Moutinho prolongou o seu contrato como Sporting até Junho de 2014, abdicando das percentagens que teria direito em caso de propostas acima dos 15 milhões €, ou de uma transferência, a troco da melhoria das suas condições salariais, o que o torna no jogador mais bem pago do plantel, a par de Liedson.

Esta é uma óptima noticia para os sportinguistas, e um excelente acto de gestão da Administração da SAD, que assim resolve as diferenças que vieram a lume no inicio desta época, quando o Capitão da equipa tornou pública a sua vontade de aceitar a proposta que o Everton lhe tinha feito, mas que não atingia os números exigidos pelo Sporting, uma situação que provocou algumas manifestações de desagrado da parte dos sócios e adeptos, decepcionados com um jogador muito querido e já apontado como um símbolo do Clube.

Este é o caminho a seguir, segurar os nossos melhores jogadores e vende-los apenas pelos valores estabelecidos nas clausulas de rescisão. Só assim é que faz sentido apostar na formação, construindo uma equipa de jogadores oriundos da Academia que possa durar muitos anos, e que seja apenas reforçada aqui ou ali por valores seguros.

João Moutinho é o exemplo típico do jogador com cultura do Sporting que devemos estimar e preservar, e que tendo um valor indiscutível, se calhar não é suficiente para chegar aos grandes clubes da Europa, pelo que será melhor para ele ser o numero 1 no seu Clube, desde que devidamente compensado, do que ser apenas mais um numa equipa do meio da tabela dos grandes campeonatos europeus.

Agora a situação ficou completamente clarificada, Moutinho assume que está disposto a continuar a ser o símbolo deste Sporting, e quem estiver interessado em levá-lo já sabe a SAD não o quer vender, pelo que ou batem a clausula de rescisão, ou nem vale a pena conversar.

Para seguir o mesmo caminho já temos Rui Patrício e Daniel Carriço, que se confirmarem as suas posições na equipa, devem também ser devidamente valorizados, enquanto Bruno Pereirinha e Adrien Silva ainda estão num patamar abaixo, à procura da sua afirmação, mas há mais a seguir na linha de produção de Alcochete, onde é necessário explicar à miudagem que jogar no Sporting deve ser o grande objectivo deles.

De fora por enquanto estão Yannick Djaló e Miguel Veloso, que devem decidir se querem apanhar este comboio, ou se preferem seguir o caminho de Hugo Viana ou Carlos Martins, perdidos no banco de clubes de igual ou menor dimensão do que o Sporting, mesmo que encham as suas e as algibeiras dos seus empresários.

Para o Sporting o fundamental é ir segurando esta estrutura base, que está ser construída por Paulo Bento e que já nos deu alguns títulos, embora ainda não tenha sido o suficiente para ganhar o campeonato que todos desejamos, mas se não destruírem este trabalho, ele mais tarde ou mais cedo dará frutos bem saborosos.

Uma palavra para a forma com estas negociações foram conduzidas, passando completamente ao lado da comunicação social, entretida com a renovação do Liedson, e com a venda ao desbarato de quase todos os nossos jogadores. nem cheiraram a verdadeira notícia. Também é assim que se constroi uma estrutura forte e blindada.

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