Paulo Pereira Cristóvão

Paulo Pereira Cristóvão tem sido apontado como o mais provável candidato da oposição nas próximas eleições do Sporting Clube de Portugal, um nome à partida pouco sonante que aparece no meio de muitas hesitações, numa altura em que ainda não se percebeu se a oposição não se entende, ou se simplesmente ninguém quer avançar.

Apesar de ainda não ser candidato Cristóvão já teve direito a uma entrevista, onde desperdiçou uma excelente oportunidade de mostrar aos sócios as suas ideias sobre o Sporting, e assim apenas ficámos a saber que ele acha que é importante recuperar os sócios que se afastaram, o que é óbvio e consensual, que o Grupo Sporting tem empresas a mais, que o Presidente deve ser remunerado, e que esta não é uma boa altura para vender a Academia, quatro questões com as quais eu estou de acordo.

O antigo inspector defendeu ainda que o Sporting deve ter pelo menos 60% da SAD, mas não percebi porquê, de resto repetiu a tirada dos miados e dos rugidos, e pegou nas bocas de Dias da Cunha sobre o príncipe herdeiro e a monarquia, adoptando um tom populista que agrada sempre a muita gente.

Para além disso pareceram-me pouco prudentes e nada oportunas as suas criticas à rescisão unilateral do contrato com a Sagres, as quais rematou afirmando que o Sporting deve seguir o exemplo do Benfica, ganhando peso institucional para então renegociar os seus contratos. A mim parece-me que o Benfica não é um exemplo a seguir em nada, e não dei por essa magnifica estratégia do Vieira, mas pronto se calhar está-me a escapar qualquer coisa.

O pior foi quando ele disse que o Sporting teve dois grandes azares ao ganhar recentemente dois campeonatos, que iludiram os sócios, que assim disseram amém a tudo o que a direcção lhes foi sugerindo. Não me admiro nada que ele pense que ganhar o campeonato em curso, será um azar do caraças, pois seguramente que uma conquista dessas vai iludir mais uns quantos tontinhos e prejudcar a sua campanha.

Resta saber se este nosso consócio consegue com um discurso destes mostrar a luz aos que ainda não a viram, mas cheira-me a foguetório, com muito baralho, claridade efémera, e no fim caem as canas, nunca se sabe bem onde.

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