Eleições - ponto da situação

No final do Congresso Leonino surgiram algumas manifestações de preocupação pelo facto de ainda ninguém se ter assumido como candidato à Presidência do Sporting Clube de Portugal, numa altura em que estávamos a cerca de dois meses da data prevista para as eleições.

No entanto parece-me que tudo isto não passa de uma espécie de jogo do rato e do gato, em que quer de um lado quer do outro, toda a gente está à espera das decisões definitivas dos pesos pesados, o que para já apenas aconteceu em relação a José Eduardo Bettencourt, que se excluiu da corrida, mas não há qualquer motivo para preocupações, as candidaturas vão aparecer e serão pelo menos duas.

No entanto nesta altura julgo que estão em aberto três vias: a da continuidade, a da oposição e a do consenso. A primeira com a saída de cena de Bettencourt, que deverá ser seguido por Ribeiro Teles, ficou menos forte, daí que se sucedam os apelos à continuidade de Soares Franco, o que no entanto não me parece provável que venha a acontecer, mas se conseguirem aprovar tudo o que querem, poderá abrir-se uma nova possibilidade de convencer o actual Presidente, caso contrário os nomes de Menezes Rodrigues e Paulo Abreu são agora os mais falados, como possíveis herdeiros de Soares Franco, mas enquanto houver uma ínfima possibilidade deste avançar, não haverá fumo branco no lado da situação.

A oposição é que continua pouco organizada, os nomes de possíveis candidatos multiplicam-se e até pode haver mais do que uma lista pronta para ir a votos, no entanto com um discurso bélico e virado para um ataque frontal a Soares Franco, e sem propostas alternativas sustentadas, não me parece que tenham hipóteses de ganhar, mesmo que o candidato da situação seja uma figura menor.

Pedro Souto aparece como o pólo agregador que faltava, tentando gerar uma alternativa de consenso, um papel que poderia assentar bem em Rogério Alves, mas que estará sempre dependente de uma palavra de Soares Franco, o que evidentemente só acontecerá depois da próxima Assembleia Geral, ou das próximas, se houver mais do que uma.

Para já no dia 17 os sócios vão ter a palavra, e podem arrumar definitivamente Soares Franco e obrigar a situação a definir estratégias, com Souto à espreita. Quanto à oposição. o seu papel será sempre secundário, e para isso qualquer um serve, e podem até ser vários, mas nenhum passará da condição de figurante.

Só espero que os sócios percebam a importância das decisões que se avizinham, pelos sinais que que constituirão para os candidatos, embora a forma como a actual Direcção está a gerir este processo, em nada contribua para o esclarecimento que se impunha numa altura crucial como esta.

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